Seis alunos agredidos por dia - TVI

Seis alunos agredidos por dia

Alunos mostram arma de plástico a professora

Agressões a alunos e professores aumentam no último ano lectivo. Pelo menos, 114 conflitos com armas nas escolas

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Seis alunos por dia foram vítimas de agressões em meio escolar, no ano lectivo 2007/2008, mais um do que no ano anterior. No total, 1317 jovens foram vítimas de violência nas escolas, um aumento de 20,6%. O aumento de agressões atingiu também os professores, onde o crescimento chegou aos 11,3 por cento.

Números que indiciam um aumento na violência escolar no último ano lectivo, mas que a análise global, feita pelo ministério da Educação, não reflecte. Assim, segundo a ministra da Educação, que esta sexta-feira, em conjunto com o ministro da Administração Interna, apresentou os dados relativamente à «Escola Segura», «o número de ocorrências baixou pelo segundo ano consecutivo».

Crimes: 10 alunos vítimas por dia

De acordo com o coordenador do Observatório para a Segurança Escolar, João Sebastião, o número total de ocorrências registadas pela «Escola Segura», no último ano lectivo, foi de 6.039, enquanto em 2006/07 situou-se nas 7.028, o que representa uma diminuição de cerca de 14 por cento.

Este valor refere-se às ocorrências dentro e fora das escolas. No entanto, se isolarmos estes valores e os compararmos com os dados do ano lectivo anterior, verificamos que há indícios de aumento de ocorrências dentro das escolas, uma vez que no ano lectivo 2007/2008 foram registadas mais 1049 ocorrências do que no ano anterior.

No entanto, a ministra da Educação e o coordenador do Observatório para a Segurança Escolar, explicam que os dados não podem ser comparados, já que, o sistema de classificação das ocorrências, nas escolas e nas polícias, ainda é diferente e algumas das alterações introduzidas no último ano lectivo não permitem efectuar essa comparação.

«Cada caso é um caso»

Questionada sobre os indícios de aumentos, Maria de Lurdes Rodrigues afirma que a questão dos números não deve ser a que prevalece, uma vez que «cada caso é um caso» e deve ser encarado com toda a seriedade. «Necessitamos continuar o trabalho para diminuir este tipo de situações. Não é aceitável que no espaço das escolas possa ser tolerado este tipo de situação. Vamos criar condições para que isso diminua», declarou.

Nas áreas envolventes às escolas há uma redução de ocorrências, segundo os dados oficiais. O número de ocorrências passou de 3.495 para 1.457 naqueles dois anos lectivos. «Este é um fenómeno razoavelmente circunscrito. A escola é um espaço globalmente seguro, onde tem havido uma redução continuada e consistente do número de ocorrências», acrescentou João Sebastião, sublinhando depois que, ainda assim, continua a haver «um conjunto de ocorrências que são duplamente registadas».

114 armas em meio escolar

Segundo o relatório apresentado aos jornalistas, no ano lectivo anterior, 1,9 por cento dos casos registados diz respeito a armas. Ou seja, houve 114 ocorrências com armas em meio escolar, sendo que fora das escolas, foram efectuadas 23 participações às forças de segurança, relativamente a armas, ou seja, a maior parte dos casos ocorreu no interior das escolas. Ainda assim, estes valores revelam uma diminuição em relação ao ano anterior, onde foram registados 140 ocorrências com armas.

De salientar também, que fora das escolas foram registadas 75 ofensas sexuais, 329 roubos e 489 agressões. Nos crimes contra bens pessoais, os telemóveis foram o principal motivo (39,0 por cento), seguido do dinheiro (20,6 por cento) e do material escolar (11,4 por cento). Aumentam também os assaltos às escolas em 22,5 por cento nos «furtos» entre 2006/07 e 2007/08, registando-se ainda uma ligeira diminuição, de 1,5 por cento, relativa a «danos».

Nas escolas integradas nos Territórios Educativos de Intervenção Prioritária as ocorrências diminuíram 17 por cento, o que é era um dos principais objectivos da ministra da Educação.
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