Síndrome de transfusão fetofetal: portugueses desenvolvem diagnóstico - TVI

Síndrome de transfusão fetofetal: portugueses desenvolvem diagnóstico

Grávida

Esta é considerada uma complicação grave que afecta gravidezes de gémeos que partilham uma placenta

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Investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto detectaram um método que permite diagnosticar precocemente a síndrome de transfusão fetofetal, complicação considerada grave que atinge 15 por cento das gravidezes de gémeos verdadeiros, noticia a Lusa.

Um dos médicos investigadores, Nuno Montenegro, disse à agência noticiosa que esta síndrome afecta as gravidezes nas quais existe apenas uma placenta, partilhada pelos dois fetos e dois sacos amnióticos, sendo que os gémeos compartilham também o sistema circulatório dentro da placenta.

«É para estes casos que é possível melhorar consideravelmente o prognóstico através da análise precoce do fluxo sanguíneo no ductus venoso (veia que liga o cordão umbilical ao coração)», afirmou o médico.

Esta doença, em que um dos fetos transfere sangue para o outro, é habitualmente detectável a partir da 16.ª ou 17.ª semana de gestação e agora é possível antecipar o diagnóstico para a 11.ª/13.ª semana através da avaliação do fluxo sanguíneo no ductus venoso.

O diagnóstico desta síndrome entre os dois, três meses de gestação permite a realização de uma intervenção cirúrgica que pode acabar com a troca de sangue entre fetos que, contudo, não se realiza em Portugal.

«Quanto mais cedo se intervir, melhores serão as hipóteses de sucesso», sustentou o médico, realçando, no entanto que embora se trate de uma cirurgia de risco, ela é a única forma de evitar a morte dos bebés.

A linha de investigação destes médicos sobre o ductus venoso conta já com 15 anos, mas só agora os investigadores conseguiram provar que este método detecta a patologia nos gémeos falsos.

«Tinha que haver casos quanto baste para mostrar que isto resulta e não é fácil reunir, porque dois terços das gestações gemelares têm duas placentas e não uma», explicou Nuno Montenegro.
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