Droga nas escolas: «Medidas estão a funcionar» - TVI

Droga nas escolas: «Medidas estão a funcionar»

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Secretário de Estado rejeita que seja necessário investir no combate

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O secretário de estado da Educação, Valter Lemos, afirmou esta segunda-feira que a estratégia de prevenção da toxicodependência nas escolas tem revelado eficácia, pelo que não se justificam medidas especiais, noticia a Lusa.

Valter Lemos, que hoje visitou o Colégio Rainha Santa em Coimbra, escusou-se assim a comentar declarações do presidente do Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT), João Goulão, ao Correio de Manhã em que este admite a utilidade de realização de testes de despistagem do consumo de drogas na população escolar.

«Se o projecto for enquadrado num programa específico discutido na comunidade educativa e também pelos estudantes, e se for assumido no sentido de possibilitar ajuda aos consumidores, não descartaria essa hipótese», afirmou João Goulão.

Segundo Valter Lemos, os próprios dados do IDT apontam para uma redução do consumo de droga pelos alunos das escolas básicas e secundárias no período compreendido entre 2003 e 2006. «As medidas em curso estão a funcionar. São medidas fundamentais, educativas e pedagógicas», declarou, defendendo a sua continuidade.

Consumo de cola e gasolina aumenta

Segundo Valter Lemos, na linha do preconizado pelo Grupo de Trabalho de Educação Para a Saúde, presidido pelo psicólogo Daniel Sampaio, tem havido uma «preocupação muito intensa», uma actuação de «forma incisiva», na prevenção através de acções pedagógicas, e na repressão, quando há necessidade.

O secretário de Estado salientou ainda que a população escolar tem sido o sector da sociedade que mais tem suscitado a atenção do Estado na prevenção da toxicodependência.

O uso de inalantes e solventes, nomeadamente cola e gasolina, para obter efeitos psicoactivos aumentou entre os alunos do terceiro ciclo entre 2001 e 2006, apesar do decréscimo generalizado no consumo de drogas e de outras substâncias. Este dado consta nos resultados preliminares do Inquérito Nacional em Meio Escolar, do IDT, realizado em 2006, entre 75 mil alunos do terceiro ciclo do ensino básico e do secundário.

De acordo com o estudo, o álcool permanece, tal como em 2001, a substância psicoactiva que os alunos mais admitem consumir (59 por cento no terceiro ciclo e 88 por cento no secundário, em 2007). A seguir surgem o tabaco, a droga, os tranquilizantes e, à frente dos esteróides, que ocupam o último lugar da lista, os inalantes/solventes, cuja experimentação passou de cinco por cento em 2001, para sete por cento em 2007, no terceiro ciclo, mantendo-se nesse período nos quatro por cento no secundário.
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