Santuário de Fátima desconhecia ferimento de Papa - TVI

Santuário de Fátima desconhecia ferimento de Papa

Papa João Paulo II

A revelação de que o Papa ficou ferido na sequência do ataque do padre espanhol Krohn foi feita pelo antigo secretário-geral de João Paulo II

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O Santuário de Fátima anunciou esta quinta-feira que desconhecia que o Papa João Paulo II tivesse ficado ferido na sequência do ataque cometido pelo padre Fernandez Krohn, quando pela primeira vez visitou a Cova da Iria, em 1982.

Em comunicado, o Santuário informou que apenas quarta-feira «teve conhecimento dos relatos apresentados, através da comunicação social».

João Paulo II ficou ferido na sua primeira visita a Fátima

A revelação de que o Papa ficou ferido na sequência do ataque do padre espanhol Krohn foi feita pelo antigo secretário-geral de João Paulo II, o cardeal polaco Stanislaw Dziwisz, no documentário «Testemunho», apresentado quarta-feira no Vaticano.

«Eu posso revelar agora que o Santo Padre ficou ferido. Quando voltámos para o seu quarto, havia sangue», refere o arcebispo de Cravóvia na versão cinematográfica, com dados novos, das memórias publicadas por Stanislaw Dziwisz o ano passado.

Surpresa

Também o antigo presidente da Associação dos Servitas de Nossa Senhora de Fátima afirmou à agência Lusa desconhecer que João Paulo II tenha ficado ferido na sequência da tentativa de homicídio.

«A ser verdade, foi um segredo muito bem guardado», disse Francisco Figueiredo, que era o presidente da associação quando João Paulo II peregrinou, pela primeira vez, à Cova da Iria.

«Nunca ouvi tal coisa», sublinhou ainda o servita, recordando que embora estivesse na Capelinha das Aparições quando se deu o ataque, os voluntários da associação que se encontravam mais próximos do Papa também não terão notado nada.

Papa prosseguiu sem queixas

«A peregrinação continuou normalmente. O Papa subiu ao altar do recinto e depois foi para os aposentos», referiu.

Já o bispo emérito de Coimbra, D. João Alves, que se encontrava igualmente no Santuário de Fátima na peregrinação aniversária de Maio de 1982, explicou que «a versão que correu foi que o padre Krohn não logrou atingir os seus intentos».

«Foi dito mesmo que o Papa não se terá apercebido nesse momento do ataque», acrescentou D. João Alves.

O prelado, que integrava a comitiva do episcopado português em Fátima, acrescentou que os bispos não estavam perto de João Paulo II quando o padre Krohn se lhe dirigiu com um punhal.

O sacerdote espanhol, que pertencia a uma comunidade de católicos opositores à Santa Sé, acabou por ser preso e condenado pelo crime de tentativa de homicídio.

Foi expulso do País em 1985, após cumprir uma pena de prisão.
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