Motorista de Carlos Cruz encontrado após 8 anos - TVI

Motorista de Carlos Cruz encontrado após 8 anos

Depois de ter dito: «Se Cruz é pedófilo, eu também sou», soube-se que era acusado de violação de menores e envolvido no processo Casa Pia. Nega todas as acusações e diz que Bibi é «mentiroso»

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Carlos Mota, antigo colaborador de Carlos Cruz, tem estado em parte incerta desde que, há oito anos, quando «estourou» o escândalo Casa Pia, afirmou: «Se Cruz é pedófilo, eu também sou». Soube-se então que era acusado de violação de menores num caso de 1974 e suspeito de abusos no mesmo caso Casa Pia. O jornal «Sol» encontrou-o agora, perto de Bilbau, Espanha, onde vive com um subsídio do estado espanhol.

Numa longa entrevista, Carlos Mota nega todas as acusações. Do cadastro de Carlos Mota constam crimes desde 1954: vadiagem burla e ainda roubo numa ourivesaria. Mas a acusação mais grave surgiu em 1974, quando foi acusado de crime continuado de violação de uma menina de sete anos e de atentado ao pudor de outra de cinco, em Odemira. O processo acabaria por ser arquivado no final dos anos 90, sem que ele fosse julgado, mas chegou à praça pública através da comunicação social, após a «polémica» frase que proferiu sobre Carlos Cruz. Nega ser responsável por esses crimes e afirma: «Se alguém brincou com as meninas, não fui eu». E garante mesmo: «Eu nunca tive relações com uma criança».

Era testemunha do apresentador no processo, mas foi dispensado após a divulgação deste processo. Saiu do país na altura, acabado depois por ser constituído arguido num inquérito da Casa Pia ainda pendente, mas não tem mandado de captura. Carlos Silvino, motorista da instituição, identificou Carlos Mota como um dos homens que em certas casas, incluindo a de Elvas, abusava dos menores. «Nunca fui a casa nenhuma, nunca estive com o Carlos em nenhuma situação dessas e nunca tive indícios de o Carlos alguma vez estar nessa situação».

Carlos Mota vai mais longe: «Tenho que dizer que é tudo mentira, só que nunca foi investigado. A PJ não investigava as coisas em condições».

Para o ex-colaborador de Carlos Cruz, Carlos Silvino «é um mentiroso». «O senhor Bibi nunca levou crianças para cenas de sexo na vida dele. Não era possível no período áureo do Carlos na televisão, ele fazia 11 programas por semana», garante.

Mesmo garantindo que é «inocente», Carlos Mota fugiu de Portugal quando o processo se tornou conhecido. «A minha vida tornou-se impossível», explicou, adiantando que foi mesmo ameaçado de morte.

Garante que nunca foi notificado para comparecer em tribunal no processo ligado à Casa Pia em que é arguido, nem sabia que tinha um processo pendente, mas não pensa voltar para Portugal. «Acha que um cidadão minimamente informado confia na Justiça?», responde em jeito de pergunta.

Assegura que não saiu do país para proteger Carlos Cruz. «Eu fiz isto só por mim». E adianta: «Nunca mais falei com Carlos Cruz. Deixou de falar comigo».
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