Taguspark: «pouco verosímil» que Figo se «vendesse de uma forma tão primária» - TVI

Taguspark: «pouco verosímil» que Figo se «vendesse de uma forma tão primária»

Henrique Granadeiro explicou que Rui Pedro Soares tinha «autonomia» e «poder» para encetar contactos com futebolistas

O presidente do conselho de administração da PT, Henrique Granadeiro, considerou esta sexta-feira, no julgamento do caso Taguspark, «pouco verosímil» um «personagem» como o futebolista Figo «vender-se de uma forma tão primária».

A testemunha aludia às contrapartidas que a Taguspark terá dado, através do ex-administrador da PT Rui Pedro Soares, a Luís Figo para este apoiar a campanha de José Sócrates a primeiro-ministro nas legislativas de setembro de 2009.

Henrique Granadeiro garantiu que «nunca» teve conhecimento dos contactos do arguido Rui Pedro Soares com Luís Figo, vincando que o ex-administrador da PT também não tinha o dever de o informar sobre essa matéria.

Precisou que só soube do caso pelos jornais e que a viagem feita por Rui Pedro Soares a Milão não foi «visada» por si, mas por outro administrador da PT, mas que a mesma obedeceu às regras da PT para este tipo de deslocação.

Dizendo que Rui Pedro Soares tinha «autonomia» e «poder» para encetar contactos com futebolistas, visando ações de promoção da PT, Henrique Granadeiro demarcou-se completamente dessa decisão, mas disse achar «pouco verosímil» que um «personagem» como o Figo se «vendesse de uma forma tão primária» como pretendem fazer crer.

Quanto aos restantes arguidos - Américo Tomatti, à data dos factos presidente da comissão executiva do Taguspark, e João Carlos Silva, antigo administrador do polo tecnológico de Oeiras - Henrique Granadeiro atestou que ambos têm boa reputação profissional, mas disse não ter tido uma relação pessoal próxima de nenhum deles.

Granadeiro tentou desmistificar a ideia de que, através do Taguspark (onde a PT tinha uma quota de seis por cento), a PT tentou tomar conta da TVI, observando que se uma empresa como a PT quisesse esse desiderato não necessitava de recorrer à Taguspark.

Realçou que este foi outro dos aspetos que considerou «pouco verosímil» nas notícias sobre o caso Taguspark.

Henrique Granadeiro disse ainda que a utilização de futebolistas para promover a imagem da PT era uma prática da empresa, que tinha como «embaixadores» Vítor Baía (Fc Porto), Rui Costa (Benfica) e Sá Pinto (Sporting).

Os três arguidos estão acusados de corrupção passiva para ato ilícito, relacionado com as contrapartidas dadas a Luís Figo em vésperas das eleições legislativas.

Luís Figo vai ser ouvido à tarde por videoconferência a partir de Itália.
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