Violador de Telheiras não ia parar crimes - TVI

Violador de Telheiras não ia parar crimes

Perícia psiquiátrica admite que Henrique Sotero pode praticar novas violações

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A Perícia psiquiátrica a Henrique Sotero requerida pela juíza responsável pela fase de instrução e realizada pelo Instituto Nacional de Medicina Legal (INML) conclui, segundo informações a que o tvi24.pt teve acesso, que este não revela qualquer compulsão que lhe possa diminuir a sua imputabilidade em relação aos crimes pelos quais está acusado e confessou às autoridades.

Ao que o tvi24.pt apurou, no documento pode ler-se ainda que não está excluída a possibilidade do arguido voltar a ter comportamentos semelhantes. Numa das entrevistas a que foi sujeito pelos peritos do IML, Henrique Sotero terá assumido que se não tivessem havido queixas ele não teria parado os seus actos, porque mesmo sabendo que era ilegal achava que não tinha feito nada de mal.

Em resposta à compulsão alegada pelo arguido, a perícia parece considerar que este tinha capacidade para se dominar e controlar. A prova disso mesmo era o tempo que despendia com cada vítima: a espera, a deslocação, a escolha de um local reservado e até o tempo dispendido a falar com as jovens. O próprio terá reconhecido que apenas agia quando tinha janelas de oportunidade e que nem sempre as perseguições terminavam em actos sexuais devido a condições adversas.

Além do mais, as suas motivações não parecem ser exclusivamente sexuais, considerando os roubos, de dinheiro ou objectos, que levava a cabo em simultâneo com as violações, como descreve a acusação e a pronúncia.

Tal como às autoridades, Henrique Sotero terá confessado aos peritos que em 2004 ou 2005 começou a fotografar raparigas na rua que considerava atraentes, recordando mesmo um caso em que tirou mais de 100 fotos a uma mesma mulher. Em casa, passaria as imagens para o computador em pastas catalogadas por local ou data. As fotos teriam terminado quando foram descobertas pela namorada. O arguido terá revelado ainda que foi voyeur de casais de namorados por diversas vezes.

Nas entrevistas no Instituto Nacional de Medicina Legal, Henrique Sotero terá assumido no máximo ter atacado 16 jovens. Mas recorde-se que, quando foi detido confessou, à Polícia Judiciária (PJ) e ao magistrado que determinou a sua prisão preventiva, diversos crimes que as autoridades desconheciam. Tal como também terá revelado que começou a pensar em fazer mal a raparigas em 2007.

No momento em que foi detido, Henrique Sotero terá inicialmente negado os crimes, mas depois de alegar que foi agredido pela PJ, acabou por chorar e confessar tudo.

Perante os peritos do IML, o arguido terá também justificado os seus actos com a vontade de se sentir desejado sexualmente e os roubos como aproveitamento de uma posição de superioridade. Aparentemente, não considerava que era violento paras jovens e fantasiava que tinham prazer, como se fosse uma aventura ou uma experiência para elas.

Ainda de acordo com informação recolhida pelo tvi24.pt o Quociente de inteligência (QI) superior a 130, com base na Escala de Inteligência de Wechsler para adultos (revista), ao nível da chamada «Inteligência Muito Superior» coloca Sotero acima da média. Os peritos também terão identificada uma personalidade tipo «borderline» de vertente narcísica.

Henrique Sotero, conhecido como o «violador de Telheiras», terá confessado aos peritos achar que o seu lugar não era dentro da prisão e aguarda o final do processo com tranquilidade admitindo, no entanto, que uma pena de 20 anos será um mau cenário e uma de cinco anos um bom cenário. Mas, se fosse ele o seu próprio juiz, condenava-se a 25 anos ou ordenaria o seu internamento.

Agora com a perícia concluída, foi marcada nova data para o início do julgamento: 24 de Março.
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