Enfermeiros transmontanos dizem-se «descriminados» - TVI

Enfermeiros transmontanos dizem-se «descriminados»

Manifestação de enfermeiros

Unidades Hospitalares de Bragança e Vila Real não estão a pagar suplementos remuneratórios

Cerca de 300 enfermeiros de Vila Real e Bragança não estão a receber os suplementos remuneratórios previstos na lei, pelo trabalho nocturno, fins-de-semana e feriados, e ameaçam recorrer a tribunal, afirma o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), citado pela Agência Lusa.

Avançando com um denúncia em abaixo-assinado, os enfermeiros classificam a situação, que ocorre nos centros hospitalares do Nordeste (CHN) e de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), como «ilegal» e «injusta».

A falta de pagamento do suplemento remuneratório ronda o valor mensal de «165 aos 300 euros», confirmou o SEP.

«Somos todos enfermeiros, trabalhamos todos de igual forma, mas o trabalho não é pago da mesma forma em todos os hospitais», confessou a enfermeira Manuela Gonçalves, da unidade de Vila Real do CHTMAD.

O coordenador do sindicato, José Carlos Martins, afirma que os enfermeiros transmontanos «estão a ser discriminados» de «forma ilegal» pela administração dos centros hospitalares e admite recorrer a tribunal para «resolver este problema».

José Carlos Martins confessou já ter solicitado algumas reuniões para «discutir o assunto», mas sempre sem resposta por parte dos responsáveis pelas instituições.

«Estes colegas não estão a exigir nem mais trabalho, nem fazer horas extraordinárias. Não é disso que se trata. Só estamos a exigir que as administrações harmonizem o pagamento que lhes é devido por lei e que o Governo lhes garantiu», salientou.

No entanto, a administração do CHTMAD, em declarações à Lusa, negou a acusação por parte do SEP, afirmando que os pagamentos estão a ser efectuados de acordo com a lei, e nega qualquer contacto ou pedido de reunião e abaixo-assinado.

Para além da falta de pagamento dos suplementos remuneratórios, o dirigente sindical garante que há falta de pagamento de horas extraordinárias, como também falta de reposicionamento da carreira dos enfermeiros mais graduados.

Numa altura em que o país está em crise e enfrenta cortes no sector de saúde, o SEP teme que a situação se alastre para outras unidades hospitalares do país.

Os enfermeiros estão dispostos a lutar pelos direitos, e, segundo José Carlos Martins, a sair à rua em protesto.
Continue a ler esta notícia