Facebook manipula feed de milhares de utilizadores - TVI

Facebook manipula feed de milhares de utilizadores

Facebook (reuters)

Experiência fez parte de um estudo conduzido por investigadores de universidades americanas

Cerca de 689 mil utilizadores do Facebook tiveram o seu feed de notícias manipulado, no âmbito desta experiência conduzida por investigadores da Universidade de Cornell e da Universidade da Califórnia, de acordo com o jornal «Guardian».

O objetivo da pesquisa era perceber qual a influência das mensagens negativas ou das mensagens positivas do feed no humor dos utilizadores. Alterando o algoritmo usado para distribuir os posts, o Facebook fez que com alguns utilizadores recebessem mais mensagens positivas e outro grupo de pessoas mais mensagens negativas.

A experiência concluiu, a partir dos posts dos utilizadores depois da manipulação do feed, que as emoções divulgadas no feed influenciam o humor dos pessoas, num processo de contágio emocional.

Depois de a pesquisa ter sido divulgada, as críticas à rede social não se fizeram esperar.

Advogados e especialistas em tecnologia alertaram para o perigo de que os mesmos métodos possam ser usados na manipulação de informação política e ideológica.

A rede social já respondeu às críticas. Em declarações ao «The Independent», um porta-voz do Facebook assegurou que os dados dos seus utilizadores continuam protegidos.

«Este estudo ocorreu durante uma única semana, em 2012, e os dados usados não foram associados às contas dos utilizadores na rede. Consideramos todas as pesquisas em que participamos e fazemos um processo prévio de avaliação das mesmas. Não há dados associados a estas iniciativas, toda a informação está protegida de forma segura», assegura.

Um dos autores, Adam Kramer, utilizou a rede social para comentar a revolta dos utilizadores.

«Tendo escrito e desenhado esta experiência, posso afirmar que o nosso objetivo nunca foi chatear ninguém», afirmou.

A pesquisa foi publicada em junho na 17ª edição da revista da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos mas só começou a gerar indignação este sábado, quando as revistas «Slate» e «The Atlantic» abordaram o assunto.
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