A cura da diabetes pode estar no autotransplante de células - TVI

A cura da diabetes pode estar no autotransplante de células

Laboratório

Investigadores da Universidade de Alberta, no Canadá, estão a trabalhar numa nova investigação, que, a ser bem-sucedida, pode pôr fim a uma vida inteira de insulinodependência

Uma equipa de investigadores da Universidade de Alberta, no Canada, está a levar a cabo uma investigação que pode trazer uma elevada esperança de cura para a diabetes. A equipa é liderada pelo médico James Shapiro, que já anteriormente desenvolveu, de forma bem-sucedida, uma investigação sobre o transplante de células pancreáticas no tratamento da diabetes tipo 1.

Agora, a equipa de James Shapiro está a trabalhar numa técnica de autotransplante de células sanguíneas que, se for igualmente bem-sucedida, pode pôr fim a uma vida inteira de dependência de insulina e à toma de medicação de anti rejeição.

O objetivo é que as células sanguíneas de doentes de diabetes do tipo 1 passem a produzir insulina e, uma vez operacionais nesse sentido, voltem a ser transplantadas no paciente.

Um dos problemas da técnica já desenvolvida por James Shapiro e que já está a ser colocada em prática é que os pacientes transplantados com células pancreáticas ficam sujeitos à toma de medicação que impede que o organismo rejeite essas mesmas células. Uma medicação que está associada a um risco de desenvolvimento de cancro e de infeções potencialmente letais.

Ora, a nova técnica de autotransplante, à partida, isentará os doentes da toma dessa medicação.

“Gostávamos de ser capazes de tratar doentes, incluindo crianças, sem que seja necessária a toma de medicamentos anti rejeição. Se formos bem sucedidos, poderemos ficar muito próximos da cura da diabetes. Penso que isso poderá mesmo acontecer e estou muito entusiasmado com essa ideia”, diz James Shapiro, num artigo partilhado no site da Universidade de Alberta.

A técnica em causa é baseada num protocol desenvolvido pelo Prémio Nobel da Medicina 2012, Shinya Yamanaka, que descobriu como reprogramar células da pele, através da indução de hormonas e fatores de crescimento, transformando-as em células estaminais ou células-tronco, que podem ser transformadas em qualquer tipo de célula do organismo.

A equipa da Universidade de Alberta adaptou a técnica desenvolvida por Shinya Yamanaka. Recolhem células de um paciente, tratam essas células em laboratório e induzem-nas a tornarem-se células produtoras de insulina. As células voltam depois a ser implantadas no mesmo paciente.

Para já, a investigação está ainda numa fase muito inicial, mas já com resultados promissores. De acordo com a Universidade Alberta, os resultados da aplicação da técnica em animais trazem grandes esperanças para a próxima fase da investigação.

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