Expressões faciais podem ajudar a desvendar crimes - TVI

Expressões faciais podem ajudar a desvendar crimes

cientista

Análise das expressões faciais poderá vir a ser incluída nos inquéritos judiciais em Portugal

A análise das expressões faciais poderá vir a ser incluída nos inquéritos judiciais em Portugal se for acatada, na próxima revisão do Código Penal, uma proposta a ser entregue na próxima semana ao Ministério da Justiça.

A proposta partiu do Laboratório de Expressão Facial da Emoção (FEELab/UF), da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Fernando Pessoa, no Porto, que considera que a adopção desta medida colmataria um vazio no processo de interrogatório e inquirições judiciais.

«A ausência deste método é uma falha grave no sistema judiciário português. Nos Estados Unidos é utilizado há mais de 30 anos pelo FBI e CIA, sendo considerado um instrumento muito fiável em todo o mundo», disse à Lusa o presidente do laboratório, Freitas-Magalhães.

O especialista defende que os interrogatórios e inquirições policiais e judiciais deviam ser gravados em vídeo para análise posterior, contribuindo para o esclarecimento da importância «daquilo que não se diz». Referindo que os juízes costumam sempre dizer que todo o processo deve ter em conta todas as provas, o responsável lembra que «na face vê-se tudo, mesmo o que a face não apresenta».

Freitas-Magalhães explicou que mesmo quando uma pessoa apresenta uma «face neutra», os movimentos oculares são reveladores. «O cérebro não permite duas emoções em simultâneo na face. É sequencial. Quando há duas emoções em milésimos de segundo, detectam-se incongruências emocionais, que revelam a mentira. O cérebro quer dizer a verdade e ao mesmo tempo quer mentir», explicou.

Inquéritos como os que foram feitos a Leonor Cipriano, aos pais de Maddie ou no caso Casa Pia teriam beneficiado se tivesse sido utilizada a análise facial da emoção.
Continue a ler esta notícia