Novo algoritmo analisa tosse e diz se está infetado com o novo coronavírus - TVI

Novo algoritmo analisa tosse e diz se está infetado com o novo coronavírus

  • Henrique Magalhães Claudino
  • 3 nov 2020, 19:03
Tosse

A tecnologia permite ainda identificar a doença em assintomáticos com um grau de certeza de 100%

O Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, desenvolveu um algoritmo que identifica pessoas infetadas com o novo coronavírus, tendo por base apenas a tosse.

O algoritmo foi formado através de registos de tipos de tosse de centenas de milhares de voluntários e foi capaz de identificar casos de infeção por covid-19 com 98.5% de eficácia. A tecnologia foi ainda capaz de identificar a doença em pessoas sem sintomas com uma precisão de 100% .

Os registos utilizados para treinar o modelo de inteligência artificial foram enviados por voluntários online e incluíram tosses forçadas de  saudáveis ​​e de pacientes com covid-19. Até ao momento, foram fornecidas mais de 70 mil amostras, sendo que 2.500 foram enviadas por indivíduos com testes PCR positivos.

Pessoas assintomáticas podem diferir de indivíduos saudáveis ​​na forma como tossem”, comentou a equipa do MIT, sublinhando que "essas diferenças não são decifráveis ​​para o ouvido humano, mas podem ser detetadas pela inteligência artificial."

O algoritmo foi desenvolvido pela equipa do laboratório Auto-ID do Instituto e já há planos para o integrar numa aplicação disponível para qualquer pessoa.

No entanto, uma aplicação desse género não deve, na ótica do laboratório, ser considerada uma ferramenta de diagnóstico formal. Ao invés, a app pode atuar potencialmente como uma "ferramenta de pré-seleção não invasiva" para os utilizadores antes de uma confirmação da infeção pelos métodos oficiais.

A implementação efetiva de uma ferramenta de diagnóstico deste tipo pode diminuir a propagação da pandemia se todos a usarem antes de irem, por exemplo, para uma sala de aula, uma fábrica ou um restaurante”, diz o cientista do MIT Brian Subirana.

O Instituto de Tecnologia de Massachusetts está agora a trabalhar com vários hospitais no sentido de receber mais amostras de tosse, de forma a alimentar e tornar mais eficaz o algoritmo.

Continue a ler esta notícia