Portugal em dois dos documentos divulgados pelo WikiLeaks

Portugal é referido em dois dos cerca de 243 documentos já publicados pelo site WikiLeaks, no âmbito da divulgação de mais de 250 mil documentos diplomáticos dos Estados Unidos, verificou esta segunda-feira a agência Lusa.



Ambos os documentos datam de 2009, sendo o mais antigo um telegrama emitido pela representação norte-americana em Bruxelas, marcado «secreto» e datado de 8 de Abril de 2009.

O telegrama refere-se a um «briefing» a líderes europeus em Bruxelas feito por Daniel Glaser, assistente interino do secretário de Estado do Tesouro dos Estados Unidos sobre Financiamento Terrorista e Crimes Financeiros.

Nesse encontro participaram delegações de vários países europeus, incluindo Portugal, que, segundo o telegrama, questionaram Glaser sobre o impacto das sanções contra o Irão «na elite, na população em si e na economia».

«Apesar de expressarem apoio para as medidas previstas, Portugal e Chipre manifestaram-se preocupados que o reforço de sanções antes das eleições presidenciais de Junho (de 2009) seria prejudicial porque radicalizaria o eleitorado e fortaleceria a reeleição de Ahmadinejad», refere o texto.

Portugal é também referido num segundo telegrama, que analisa as «excentricidades» do líder líbio Muammar Khadafi e recorda alguns dos momentos em que fez escala em Portugal, nomeadamente em trânsito para outras cidades.

Este documento, datado de 29 de Setembro do ano passado, refere uma escala que Khadafi fez em Portugal a caminho dos Estados Unidos, onde participou na Assembleia-Geral da ONU.

O autor do documento, enviado pela embaixada dos Estados Unidos na Líbia, refere, entre outros aspectos, que Khadafi odeia longas viagens de avião e depende fortemente da sua enfermeira de longa data, a ucraniana Galyna Kolotnystska, «uma loura voluptuosa».

Nessa viagem de Setembro, o visto de Kolotnystska demorou mais tempo e a enfermeira acabou por ser enviada, mais tarde, num avião privado que a transportou da Líbia para Portugal «onde se juntou ao líder durante a sua paragem de escala».

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