NDrive quer abrir subsidiárias em França e Itália até Junho - TVI

NDrive quer abrir subsidiárias em França e Itália até Junho

  • Rui Pedro Vieira
  • 27 fev 2008, 13:39
NDrive, João Neto

Empresa especialista em GPS quer produzir também em Portugal

Depois de aberto um escritório em Espanha, a marca portuguesa NDrive estuda abrir portas em França e Itália. Em entrevista à Agência Financeira, o administrador João Neto explica também porque produzem na China e de que forma ser português complica o acto de ganhar escala.



Com o lançamento do NDrive Phone, houve críticas ao facto do telemóvel, embora português, contar com a sua produção na China. É o preço a maior mais-valia desse mercado?

Todos estes produtos são feitos na China. Não só alguns, são mesmo todos, sejam navegadores ou telemóveis! A Garmin, por exemplo, que é americana e orgulha-se disso, tem 80 por cento dos seus colaboradores nesse país. Hoje em dia, só é possível entrar nesse mercado se se produzir na China por uma questão de preço. O preço, por ser mais baixo, não resulta apenas da mão-de-obra barata, mas também pelo facto de algumas regiões da China, como Xangai, se terem especializado nesta indústria e terem toda uma infra-estrutura montada. O nosso telemóvel é feito na China, mas o chip é americano. Curiosamente, somos das poucas empresas que está numa fase avançada de negociação para trazer a produção de GPS para Portugal. Não é numa multinacional portuguesa, mas uma multinacional que opera em Portugal e que está a trabalhar de muito perto com os nossos engenheiros na tentativa de se obter um preço semelhante, apostando na optimização de custos associados com a produção na China, como os do transporte.

A passagem da produção para Portugal implicaria um corte com a China?

Não, nunca seria. O que se pretende é não depender exclusivamente de um fornecedor.

Que receptividade têm encontrado por parte do Governo, ao nível de apoios, para o negócio da NDrive?

O nosso passado é muito recente, mas temos tido um excelente apoio quer da Presidência da República, quer do Governo. Houve um reconhecimento, mas também houve ajudas concretas: tivemos subsídios de desenvolvimento dos fundos comunitários. Não eram valores muito elevados, mas os possíveis. Este ano estamos a concorrer a novos subsídios, mas há um problema: não são suficientes para quem tem uma ambição muito elevada. Temos de ter acesso a outros recursos que não podem vir dessas regras muito limitativas, no que diz respeito, por exemplo, aos apoios à internacionalização. Essas ajudas são insuficientes para darmos o salto «de 1 para 10», que é o queremos fazer nos próximos anos. O único problema de sermos portugueses é que o mercado de partida é muito pequeno e faz com que seja difícil ganhar escala num mercado como este. Neste mercado ou se mantém a taxa de crescimento, que tem sido de três a quatro vezes ao ano, ou se fica fora dele.

A NDrive abriu uma subsidiária em Espanha em Janeiro. Que planos têm para esse espaço, além do reforço do vosso negócio a nível ibérico?

Ao lançarmos um produto, como os nossos navegadores mais recentes que introduzem uma nova categoria, era preciso mostrá-los em lojas e acompanhá-las uma a uma. Era necessário termos pessoas, comerciais, especialistas de marketing e logística, até para tornar os processos mais rápidos. No Brasil, por exemplo, essa necessidade já não foi tão grande porque encontrámos um distribuidor especializado, que estava a começar a entrar nesta área e que apostou fortíssimo em nós.

Deixam em aberto a possibilidade de abrirem novas sucursais fora do País?

Sim. Achamos que é muito provável que o façamos em França, Itália, Reino Unido e na Escandinávia (aqui ainda não sabemos em qual país).

Até quando?

Isso vai depender da concretização dos negócios que temos em vista, sendo que alguns são muito grandes. Neste semestre, as aberturas em França e Itália são as mais prováveis.
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