Casa Pia: julgamento recomeça amanhã - TVI

Casa Pia: julgamento recomeça amanhã

  • Portugal Diário
  • 12 set 2006, 10:19

Depois das férias, o tribunal quer ouvir oito testemunhas esta semana

O julgamento do processo Casa Pia recomeça esta quarta-feira, com a juíza que preside ao colectivo, Ana Peres, a marcar a audição de oito testemunhas para esta semana. Duas na quarta-feira, quatro na quinta-feira e mais duas na sexta-feira. Neste último dia só haverá sessão na parte da manhã.

Segundo fonte ligada ao processo, na quarta-feira serão ouvidas duas testemunhas arroladas pelo Ministério Público (MP) e assistentes, Maria Adelaide Rodrigues Teixeira e Amaral Nascimento Macedo.

O julgamento esteve interrompido para férias desde final de Julho, embora se tenha realizado uma sessão a 18 de Agosto, para impedir que mais de um mês de interrupção pudesse levar à anulação daquele que é o mais mediático processo português.

Dois anos depois

O julgamento começou a 25 de Novembro de 2004 e tem até agora cerca de 166 volumes, perto de 40.000 páginas e 165 apensos. Quando começou, tinha 21.628 páginas, quase metade das actuais.

Profícuas em recursos, pedidos de afastamento de juízes, requerimentos e outros incidentes processuais, ao longo das mais de duas centenas de sessões f oram ouvidos três arguidos: Carlos Silvino da Silva («Bibi»), o ex- provedor adjunto da Casa Pia Manuel Abrantes e Carlos Cruz.

Foram também ouvidos Catalina Pestana (provedora da Casa Pia, enquanto representante legal da instituição, que é assistente no processo) e 31 das alega das vítimas, uma vez que duas outras têm paradeiro desconhecido.

Das 31 alegadas vítimas ouvidas, cinco depuseram por videoconferência, enquanto as restantes prestaram depoimento na sala de audiências, num lote de depoimentos à porta fechada que durou cerca de seis meses.

Foram também ouvidos os elementos da Polícia Judiciária (PJ) responsáveis pela investigação - a coordenadora Rosa Mota e o ex-inspector-chefe Dias André - bem como vários elementos da equipa.

Outros dos testemunhos aguardados com expectativa foram os do mestre Américo, que desde 1975 denunciou várias situações de abuso sexual e da jornalista Felícia Cabrita, que denunciou o caso na comunicação social em Novembro de 2002.

«Mimos» entre advogados

Este julgamento também sido marcado por «trocas de mimos» e requerimentos, em plena audiência, entre José Maria Martins e a equipa de advogados de Carlos Cruz - Serra Lopes e Ricardo Sá Fernandes.

Durante o julgamento já foram ouvidas pouco mais de 70 das quase 1.000 testemunhas arroladas pelas partes.

De acordo com dados do Tribunal da Boa Hora, o Ministério Público (MP) prescindiu até agora de 34 testemunhas, uma das quais Isabel Raposo, irmã de «Bibi», que foi entretanto arrolada pela defesa de Carlos Cruz, para clarificar quem pagava afinal a defesa do seu irmão no início do processo.
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