Sampaio apela à intensificação da luta contra a Tuberculose

O enviado especial do Secretário-geral das Nações Unidas para a Luta Contra a Tuberculose, Jorge Sampaio, apelou, sexta-feira, em Berlim, para o reforço da luta mundial contra a doença, prevenindo contra os cortes financeiros em contexto de crise.

«Não é em tempos de crise que se devem baixar investimentos na saúde pública» que se repercutem na capacidade dos trabalhadores, declarou Jorge Sampaio durante apresentação do programa de luta contra a tuberculose de 2011 a 2015, que fez em conjunto com a organização não governamental «Stop TB Paternship». «Se falharmos neste domínio, as doenças surgem, e a capacidade económica e social dos Estados agrava-se», acrescentou.

Durante o evento, a decorrer em Berlim, o ex-presidente da República advertiu ainda que, se a luta contra a tuberculose não for intensificada em 2011, «morrerão, em todo o mundo, 10 milhões de pessoas com esta doença, entre as quais quatro milhões de mulheres e crianças».

O novo programa apresentado por Sampaio e a ONG mantém as mesmas linhas gerais do documento anterior, para o período compreendido entre 2006-2015, mas acentua novos aspectos. A emergência de testes mais rápidos para diagnosticar a doença e uma nova vacina «eficaz», são duas das necessidades referidas.

«As pessoas estão doentes mas não sabem, e não só não se tratam, como contaminam outros», explicou Jorge Sampaio. «Estamos em presença», lembrou Jorge Sampaio, «de uma doença curável, mas é preciso agir depressa», apelou.

Quanto aos financiamentos necessários, Jorge Sampaio lembrou que, recentemente, uma sessão de donativos para o fundo global de combate à tuberculose, à malária e à SIDA reuniu cerca 8,1 biliões de euros, «o que foi considerado um êxito, mas o próprio secretário geral do fundo disse que não é suficiente».

No entanto, Jorge Sampaio considera que o problema central não é o dinheiro, apesar de só o combate à tuberculose exigir 34 biliões de euros até 2015, sendo também da coordenação da luta contra esta epidemia.

«É uma questão muito central¿, salientou, porque as candidaturas a verbas do fundo global «não são bem feitas, por falta de capacidade técnica, e por isso é necessário criar mecanismos de conjugação, para que as candidaturas não falhem, e para que os Estados tenham planos nacionais e sejam implicados na apresentação das candidaturas», disse o político português.