Satisfeitos e risonhos depois de uma madrugada celebrada com espumante, logo após o nascimento do Tratado de Lisboa, Sócrates e Durão Barroso encerraram esta sexta-feira a cimeira da Europa, «voltada» para o futuro.
O primeiro-ministro e presidente em exercício da UE, José Sócrates, considerou que «a Europa está agora preparada para responder aos desafios da globalização». Aliás, na conferência de imprensa que finalizou a cimeira europeia, para Sócrates a aprovação do tratado demonstra que a Europa quer «liderar o debate sobre a globalização».
Após as instituições mundiais terem sido redesenhadas, estão agora «prontas para melhor responder aos desafios da globalização», que tem como agenda «a inovação e educação e não o proteccionismo e o isolamento». E tem um «desafio» especial: a resposta às questões ambientais e em particular «as alterações climáticas».
O chefe do governo português adiantou que, na Cimeira europeia de 13 e 14 de Dezembro, em Bruxelas, será tomada uma decisão sobre a criação de um grupo de sábios para analisar os desafios da Europa no contexto da globalização e será aprovada uma declaração sobre este tema.
Para Sócrates, ainda do consenso em volta do Tratado surge também «confiança na economia europeia, e resulta ainda o apoio ao conselho de ministros das Finanças, que está a preparar um plano para responder com transparência e qualidade aos riscos dos mercados financeiros».
«Ontem conseguimos um acordo sobre o tratado reformador. Hoje começamos a reformar a Europa»
A frase é de Durão Barroso. Para o presidente da Comissão Europeia, a aprovação do Tratado «é uma grande página na história da Europa». É que as «instituições não são um fim em si mesmas, mas servem para dar resultados aos nossos cidadãos e penso que aqui, em Lisboa, viramos um página: atrás de nós ficam as questões institucionais, para a frente, a olhar com esperança, fica o futuro, que oferece riscos mas também oportunidades».
Negociação com Polónia durou 45 minutos
Questionado sobre o que fez a Polónia ceder, depois de ontem na conferência de imprensa cerca das 1h, Sócrates ter admitido que a Itália satisfez a sua vontade de obter a paridade de eurodeputados. «Não quero entrar em pormenores, mas a negociação com a Polónia foi muito rápida; demorou cerca de 45 minutos», disse Sócrates aos jornalistas, explicando que a cláusula de Ionanina faz parte do Tratado, como pretendiam os polacos.
Referendo? Só depois da assinatura do Tratado
Depois do Tratado, a pergunta inevitável passa pelo referendo. Mas Sócrates não quer polémicas numa cimeira que decorreu a 100 por cento para Portugal. «Só falo sobre o referendo depois da assinatura do Tratado». Ou seja, depois do dia 13 de Dezembro.
Espero que dure muitos anos
Há quem já pense no futuro e na morte deste tratado. Um dia será substituído por outro, conforme as necessidades de organização europeia. Mas Sócrates não quer ver o prazo de validade do documento: «Este tratado é o de Lisboa e, por isso, espero que viva muitos anos. E espero também que este modelo institucional perdure». E o nome também».
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Europa pronta para globalização
- Judite França
- e Hugo Beleza
- 19 out 2007, 14:02
![Sócrates na Cimeira de Lisboa (Tiago Petinga/Lusa)](https://img.iol.pt/image/id/7848762/1024.jpg)
Com o Tratado de Lisboa, a União está pronta para liderar o debate e enfrentar desafios, anuncia Sócrates. Durão Barroso garante que «hoje começamos a reformar a Europa». Na madrugada, celebrou-se um novo tratado europeu com o nome da capital que o viu nascer. Sobre o referendo? Só depois da assinatura do Tratado...
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