Inflação ultrapassa previsões dos Governos há nove anos - TVI

Inflação ultrapassa previsões dos Governos há nove anos

UGT quer Fundos Complementares de Reforma

A União Geral dos Trabalhadores (UGT) considera que 2006 foi o nono ano consecutivo em que se verificou uma subavaliação na previsão da inflação por parte dos sucessivos Governos, «prejudicando claramente a negociação colectiva dos salários».

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Segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgados ontem, a taxa de inflação em 2006, situou-se nos 3,1 por cento, valor superior em 0,8 pontos percentuais (p.p) face a 2005.

Em termos homólogos, isto representa um aumento de 2,5% e em termos mensais, o aumento é de 0,2%.

A UGT relembra, no entanto, que as tabelas salariais negociadas tiveram um crescimento médio de 2,8% (até Novembro de 2006), o que teria permitido uma melhoria do poder de compra, caso se verificasse a previsão inicial do Governo (2,3%).

«Em 2007, espera-se um abrandamento dos preços. Contudo, a previsão de 2,1% do Governo, parece-nos uma vez mais irrealista, especialmente, tendo em conta as previsões mais recentes de outras instituições, como é o caso do Banco de Portugal, que prevê um IHPC de 2,3%», referem.

Recorde-se que o IHPC, apresenta normalmente um valor abaixo do IPC em 0,2 pontos percentuais. Já o Banco de Portugal previu um IHPC de 2,3% para 2007, o que corresponderá a um IPC de 2,5%, valor que se situa dentro do intervalo de previsão da UGT (2,4%-2,8%).

«Num cenário em que a inflação tivesse acréscimos mensais iguais aos registados em 2006, teríamos, em 2007, uma taxa de inflação de 2,5%, valor acima da previsão do Governo, ou seja, 2,1%», acrescentam.

Face aos desvios verificados entre a inflação prevista e a inflação verificada, a verdade é que a UGT considera essencial, «uma revisão do referencial de inflação do Governo, no sentido de se assegurar uma evolução de rendimentos justa e equilibrada».

Em 2007, a UGT bater-se-á na negociação colectiva pelo crescimento real dos salários de todos os trabalhadores sobre o crescimento económico por via do aumento da procura e, consequentemente, sobre o emprego.
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