Açores: APAV recebeu 304 queixas - TVI

Açores: APAV recebeu 304 queixas

  • Portugal Diário
  • 21 fev 2007, 14:05

Vítimas de maus tratos tem vindo a aumentar nos últimos três anos

O Gabinete de Apoio à Vítima, de Ponta Delgada, atendeu 304 casos nos primeiros três anos de funcionamento, na sua maioria pessoas alvo de violência doméstica que procuram um apoio efectivo ou alguém para desabafar, noticia a agência Lusa.

O Gabinete da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) é o décimo quarto de uma rede nacional e o primeiro criado nos Açores em Fevereiro de 2004.

No âmbito do Dia Europeu da Vítima de Crime, que se assinala quinta-feira, a gestora do gabinete referiu à Lusa que a estrutura de Ponta Delgada atendeu, em 2004, um total de 65 pessoas, 92 em 2005 e 107 em 2006.

«Só no primeiro mês deste ano, 40 pessoas recorreram ao gabinete», assinalou Helena Costa.

«No início, começamos por ter um utente por semana, mas com a divulgação do gabinete, os números têm vindo a aumentar de ano para ano», assegurou a responsável.

A maioria dos casos que chegam ao serviço são da ilha de São Miguel, principalmente de Ponta Delgada e Ribeira Grande.

Segundo Helena Costa, são casos que se referem a mulheres vítimas de injúrias, ameaças e agressões físicas.

Contudo, no decorrer dos atendimentos detecta-se que existem, também, no agregado familiar crianças vítimas de maus-tratos.

A maioria das mulheres atendidas tem entre 30 e 45 anos, revelou ainda Helena Costa, avançando que o autor do crime é maioritariamente do sexo masculino.

Na sua maioria, as denúncias partem das próprias mulheres vítimas de violência, mas também através da policia, comissões de protecção, Tribunal de Família e Menores e escolas.

Mas, as vítimas começam também a socorrer-se da Internet para fazerem chegar ao gabinete as suas queixas.

Entre Maio e Outubro é o período do ano em que o gabinete «faz mais atendimentos», talvez por serem alturas de festas «propícias para abusos no consumo de álcool, dando origem a conflitos, alguns dos quais na via pública, mas que acabam por se arrastar até às residências», explicou Helena Costa.
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