Golfinho gerado por inseminação artificial - TVI

Golfinho gerado por inseminação artificial

  • Portugal Diário
  • 8 dez 2006, 09:41

Fêmea do Zoomarine é a primeira a nascer através de sémen congelado

Um golfinho-roaz fêmea nasceu no Zoomarine, em Albufeira, na sequência de uma inseminação artificial e atingiu já os 30 quilogramas, sendo o seu nascimento considerado uma vitória pela equipa do parque oceanográfico, noticia a agência Lusa.

O Zoomarine revelou hoje que a fêmea, baptizada de Alfa, foi «a primeira , a nível mundial, a nascer através de sémen congelado», proveniente de um roaz que está nos Estados Unidos, o que mostra a possibilidade de troca de gâmetas sem a deslocação dos cetáceos.

Os técnicos do parque destacam também que Cher, a progenitora, «não teve de ser sedada ou retirada da água para poder ser inseminada, visto todo o procedimento ter sido voluntário», o que também sucedeu pela primeira vez no mundo.

Para este clima de descontracção contribuíram treinos que a equipa do Zoomarine levou a cabo com duas fêmeas, de modo a que não fosse necessário restringir os movimentos do animal durante a inseminação, «que teve lugar em Outubro d e 2005 e demorou 29 minutos».

Cher, que realizou ecografias e análises ao sangue e urina - como é vulgar em qualquer estado de gravidez - teve um período de gestação «de pouco mais de um ano», e a cria Alfa nasceu a 22 de Outubro deste ano com entre 12 e 15 quilogramas.

O golfinho nasceu de cabeça, o que se traduziu num parto de risco (pois os golfinhos são normalmente expulsos de cauda) mas, actualmente, mãe e filha estão de boa saúde na maternidade do «Delfinário do Sam», no parque de Albufeira.

Apesar disso, Alfa está sob vigilância, dado ser elevada a taxa de mortalidade na espécie no primeiro ano de vida, devido à fragilidade do sistema imunitário nesse período.

A opção pela reprodução assistida, que esteve a cargo de especialistas do norte-americano SeaWorld, deveu-se ao facto de o Zoomarine querer evitar a consanguinidade na família de golfinhos-roaz do parque.

Para isso, as fêmeas não podiam acasalar com os machos do parque (todos eles filhos do mesmo pai, o golfinho Sam), o que obrigava a que se deslocassem para fora de Portugal ou recebessem a visita de golfinhos do estrangeiro para se poderem reproduzir.

Como esta hipótese também não foi considerada a mais adequada pelos especialistas do Zoomarine, surgiu a possibilidade da inseminação artificial.
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