Relato arrepiante de uma mãe que viu os dois filhos morrer: «Cheguei a pegar no meu filho, mas já estava morto»

  • Joana Lopes
  • 15 mar, 14:34

Lídia Coelho perdeu os dois filhos e o marido

Lídia Coelho contou-nos esta manhã, de 15 de março, a sua história de vida. «Tive um desgosto que nunca nenhuma mãe espera nem está a contar», começou por admitir. «O meu primeiro filho tinha 5 anos quando faleceu Ia com a avó para a igreja. Eu vim cá fora sempre a dizer adeus. Vim para dentro e ouvi um estrondo. Veio um carro e atropelou-os», relata. «Ainda cheguei a pegar no meu filho, mas já estava morto, tanto ele como a avó», contou a convidada.

A convidada explica que ela e o marido, depois da tragédia, dedicaram-se ao máximo ao outro filho, mais velho. «Eu já tinha outro filho e tínhamos de viver para ele. Foi assim que fomos superando. O meu filho precisava muito de mim», contou, admitindo que ser mãe de Tiago lhe deu força para continuar a viver.

O pior aconteceu quando, anos mais tarde, Lídia e o marido perderam o outro filho. «Quando o nosso filho Tiago tinha 30 anos, ele faleceu», começou por contar. «Eu nunca pensei que isso me poderia acontecer pela segunda vez. Foi um choque ainda muito mais forte porque se calhar já estávamos doridos, ainda ficámos piores», explicou a convidada, tentando expressar o destroço de uma mãe que perdeu, pela segunda vez, um filho.

«Às 7 horas da manhã ligava-lhe sempre, como fiz nesse dia. Estava bem disposto, falou comigo e foi para o trabalho. Naquele espaço ele foi para o ginásio. No ginásio caiu para o lado», contou Lídia, sobre a morte do filho mais velho, Tiago. «A minha nora ligou-me muito aflita que ele estava muito mal no Hospital de São João. Fui e quando lá cheguei ele já estava ligado às máquinas. Esteve lá uns dias, mas não foi possível salvá-lo», contou, destroçada.

Lídia conta que ela e o marido viveram tempos de terror. «Não estava a acreditar naquilo que me estava a acontecer, porque a lei da vida seria nós irmos primeiro do que ele».

Para além de ter perdido os dois filhos, pouco tempo depois, Lídia perdeu também o marido, tendo ficado sozinha: «Assisti à morte do meu filho Marco, assisti à morte do meu filho Tiago e assisti à morte do meu marido. Fiquei sozinha», disse a convidada. «Eles estão sempre comigo, junto a mim e fazem-me viver», rematou, mostrando-se crente de que, tanto os filhos como o marido, a acompanham sempre.

Lídia dedicou-se ao Colégio Casa-Mãe após perder o marido e os filhos: «Os filhos que eu lá tenho não são meus, mas eu trato-os como filhos». «A minha casa é uma terapia», disse a convidada, acrescentando que encontrou forças para continuar no projeto que construiu com o marido e com o filho há 36 anos: o Colégio Casa Mãe.

Cláudio Ramos questionou a convidada: «Nunca se revoltou com Deus?». «Não. Tudo se supera», respondeu Lídia.

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