Não será o mesmo depois de assistir a esta história. O testemunho arrepiante de uma mãe que viu a filha partir: «Eu fiquei aliviada em a ter entregado»

  • Joana Lopes
  • 11 mar, 15:19

Natalina Francisco esteve ao lado da filha na luta contra o cancro. Mãe a e filha lutaram as duas, de mãos dadas, contra a mesma doença, mas a filha de Natalina acabou por falecer. Natalina recorda a dor que vive desde então

Natalina Francisco, Gabriela Francisco e Cecília Francisco são irmãs e foram convidadas do «Dois às 10» de hoje, 11 de março. As irmãs lutaram, ao mesmo tempo, contra a mesma doença: cancro da mama. Mas a história das convidadas não fica por aqui. Natalina perdeu a filha com a mesma doença, enquanto também estava doente.

«O meu diagnóstico surgiu depois da minha filha», começou por contar a convidada. «Veio a ser igual ao da minha filha», acrescentou, explicando que o diagnóstico de mãe e filha eram iguais.

Emocionada, a convidada contou como foi viver com essa notícia. «Esqueci de mim. O meu problema passou a ser a minha filha», afirmou Natalina. A convidada conta que, a partir do dia em que a filha recebeu o diagnóstico, as duas iniciaram uma luta lado a lado, de mãos dadas, em que a sua principal preocupação passou a ser a filha. «O cancro para mim foi uma luta difícil, mas que eu esqueci. Andava de mão dada com a minha filha», disse a convidada.

«Não aceitei», confessou Natalina. «Era muito para uma mãe saber que estava com cancro, que tinha as duas irmãs assim, que já tinha ficado sem o pai também assim, a avó e a minha filha», acrescentou, explicando a dimensão da sua dor.

«Nesse momento não havia Deus, zanguei-me com ele», contou a convidada. Para Natalina, a fé foi algo que deixou de existir. A crença em deus tinha sido destruída por aquilo que lhe tinha acontecido.

«O cancro a minha filha já estava espalhado por vários sítios», começou por contar Natalina acerca do diagnóstico da filha.

Segundo Natalina, a filha começou por ter fortes dores de cabeça e, numa ida de urgência ao hospital, acabou por receber o diagnóstico: «Chamam-nos a um corredor e dizem-nos o que ninguém quer ouvir: ‘São 12 tumores que ela tem no cérebro. Só conseguimos tirar um. Ficam lá onze’. Fugi para a rua», contou a convidada, em lágrimas. «Ali foi de morte», acrescentou, destroçada.

A convidada conta que aconteceu tudo muito rápido. Em pouco tempo, a filha perdeu os sinais vitais. Natalina decidiu deixar a filha partir. «Amar é deixar partir», afirmou. «Mesmo muito zangada com Deus, eu disse: ‘Se é melhor para a minha filha, eu vou deixá-la partir’», acrescentou a convidada. E assim aconteceu. «Pus a mãe na cabecinha dela e conversei para mim o que lhe queria dizer a ela. Deixei-a partir», contou.

Em estúdio, ninguém ficou indiferente à partilha de Natalina. Em lágrimas, Cristina Ferreira mostrou-se sensibilizada com as palavras da convidada. «Isto é muito duro», disse Cristina Ferreira, num momento em que se vivia fortes emoções em estúdio. «Nas suas palavras, na sua cara, a dor está tão presente ainda…», acrescentou a apresentadora. «Eu sorrio, com sofrimento, mas eu sorrio a lembrar. Eu vejo meninas na rua que me parece a minha filha», disse a convidada.

Cláudio Ramos questionou Natalina: «Ficou aliviada com a partida da sua filha?». «Eu fiquei aliviada em a ter entregue», respondeu a convidada. «A partir daí eu vou morrendo todos os dias um pouquinho», acrescentou, explicando que, a partir desse dia, passou a viver sem alegria. Cláudio perguntou à convidada: «Nunca mais teve um dia feliz? (…) Hoje é uma manhã feliz?». «É uma manhã feliz, mas sofrida», respondeu Natalina, mostrando-se incapaz de viver paralelamente ao que aconteceu.

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