No Goucha, recordamos a história trágica que marcou as notícias em Portugal, há 23 anos.
Faz hoje 23 anos, que na noite de 4 de março de 2001, às 21 horas caiu a ponte Hintze Ribeiro, ponte de Entre-os-Rios, em Castelo de Paiva, vitimando os passageiros de um autocarro e três veículos, somando 59 mortos. O grupo regressava a casa, de autocarro, de uma excursão a Trás-os-Montes, às Amendoeiras em Flor. Hoje falamos com duas mulheres que perderam vários familiares nesta tragédia. Alda Moreira perdeu a mãe Leonor e o irmão Adelino. Fátima Martins perdeu a mãe, Ana, o irmão Roberto e o filho Hélder. Os corpos destes dois últimos não apareceram e o luto está por fazer: «Não fiz o luto»
As buscas pelos corpos duraram largos meses. Muitos foram encontrados na Galiza, a mais de 200 quilómetros do local do acidente, mas houve, infelizmente, outros que nunca chegaram a aparecer: 36 no total. Um número que continua a assombrar e a perturbar, ainda mais, a vida das dezenas de famílias que choraram a morte dos seus entes-queridos sem nunca se terem conseguido despedir deles.
Conhecemos ainda a história de Alda, que perdeu a mãe, um irmão, um sobrinho e sete primos. Recorda que teve um mau pressentimento e ainda tentou demover a mãe e o irmão de irem à excursão. Quando ouviu a notícia, ficou em choque total e com uma tristeza muito grande. Os corpos da mãe e do irmão nunca apareceram e, por isso, teve de fazer cerimónias fúnebres com objetos de ambos. Admite que sem a existência de corpos o luto ainda se torna mais difícil.