E se o mar subisse sete metros? - TVI

E se o mar subisse sete metros?

Conferência de Al Gore em Portugal (LUSA/ ANTONIO COTRIM)

Al Gore alertou em Lisboa para os perigos do degelo da Gronelândia

Um dos mais «assustadores cenários» descritos por Al Gore, na conferência que realizou hoje em Lisboa, foi o daquele que se seguiria ao degelo total da Gronelândia e os seus efeitos cartográficos. «Vamos ter de fazer novos mapas do planeta», se a região autónoma dinamarquesa se diluir no oceano, disse, explicando que a terra firme poderá desaparecer sete metros acima do nível do mar actual.

De acordo com os dados apresentados por Al Gore, seriam afectadas centenas de milhões de pessoas em todo o planeta, com algumas das maiores cidades do mundo, como Xangai ou Nova Iorque a serem engolidas pelas águas. Outro dado preocupante: «Se continuarmos assim o gelo do Árctico desaparecerá em 34 anos».

Citando palavras utilizadas por Winston Churchill, nos anos 30, face ao perigo do regime Nazi, Al Gore lançou um alerta: «A era do adiamento, das meias tintas, do expediente apaziguador e dilatório está prestas a terminar. Estamos numa época de consequências». O acelerado processo de extinção dos glaciares, o degelo, as secas, as cheias, a desertificação, a extinção das espécies e o aparecimento e o ressurgimento de novas doenças. Tudo isto foi apresentado como consequência do aquecimento global.

O exemplo de Portugal

Al Gore lamentou ainda que apenas os EUA e a Austrália sejam os únicos países do mundo não signatários do protocolo de Quioto e ainda o facto de não ter conseguido convencer o senado norte-americano a ratificá-lo, quando esteve no poder. Por outro lado, salientou que neste momento o ambiente está cada vez mais no centro das preocupações no seu país, revelando que 369 das suas cidades manifestaram o seu apoio a Quioto.

Quanto a Portugal, foi apresentado como um exemplo a seguir na implementação de energias renováveis, particularmente a eólica, e na progressiva autonomização relativamente às energias fósseis, definida pelo Executivo português.

O antigo governante norte-americano também denunciou as tentativas de relativização das conclusões científicas sobre o aquecimento do planeta, patrocinadas por lobbys governamentais, por companhias petrolíferas e pela indústria automóvel.

«É a primeira vez que a humanidade enfrenta uma ameaça global, por esta razão, a solução só virá o empenho de todos os países do mundo», defendeu.
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