Imprensa britânica acusada de mau trabalho - TVI

Imprensa britânica acusada de mau trabalho

Há cartazes espalhados por todo o lado - Foto Patrícia Pires

Inglesa residente na Luz acusa jornais de passar má imagem das autoridades portuguesas

Tem casa na Vila da Luz há 20 anos e reside cá há dez. Uma britânica, que preferiu não dar o nome, aproximou-se da zona onde está acampada a imprensa internacional, chamou os produtores do canal de televisão britânico Sky News que estão a acompanhar o caso de Madeleine na praia da Luz e passou-lhes «um raspanete».

«Estamos horrorizados com a informação e a imagem que está a ser transmitida por alguns órgãos de comunicação social britânicos», afirmou ao PortugalDiário. «Penso que a imprensa inglesa está a ter dificuldades em lidar e aceitar a forma de trabalhar da polícia portuguesa. Mas eles estão em Portugal e têm de aprender a trabalhar com isso», explica.

«O que não há para gostar aqui?», pergunta esta inglesa. «A minha filha cresceu aqui. Apesar de actualmente estar a estudar no Reino Unido, ela sente a Luz como a sua casa e sente-se chateada com a forma como recebe a informação lá», conta.

Não podem repetir todos os dias que «não há informação»

Esta residente da Vila da Luz considera que os jornalistas ingleses não podem repetir todos dias e a todas as horas que «ninguém lhes dá informação» e que, por isso, «as autoridades portuguesas não estão a fazer um bom trabalho».

Essas notícias «não ajudam ninguém» acusa a britânica, que acrescenta que, mais dia menos dia, «os homens que andam no terreno todos os dias vão pensar que não estão a ser recompensados pelo esforço que estão a fazer», defende.

«Não concordo com a imagem que está a ser transmitida, nem que a polícia não esteja a fazer o seu melhor» explica. «É certo que não estão habituados a casos destes e até podem ter cometido algum erro na investigação, mas estão a fazer o melhor que podem e sabem».

«O apartamento estava selado na sexta-feira de manhã»

Para esta britânica além da imagem pouco positiva das polícias nacionais, alguns jornalistas estrangeiros não estão a passar informações verdadeiras. «Dizem que o apartamento não foi selado, mas eu estive aqui sexta-feira de manhã e já estava tudo interdito». Se não têm informação correcta «que se calem» exige.

Questionada sobre se este caso pode afectar a imagem de Portugal no estrangeiro, a resposta é hesitante mas clara: «Sim. Se alguém pensar em vir de férias para o Algarve e para a Luz, vai pensar que foi aqui que a menina desapareceu e, por isso, pode preferir escolher outro destino». «Gostava que percebessem que foi um incidente isolado que pode acontecer em qualquer lugar», conclui.
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