Quercus preocupada com impacto de regadio

A Quercus manifestou, esta quarta-feira, preocupação face ao Plano de Desenvolvimento Rural (PDR) por este apresentar riscos para a água, devido ao impacto do regadio, e para a biodiversidade, devido à falta de apoio às áreas protegidas, informa a agência Lusa.

A análise da Quercus, que partiu da Avaliação Ambiental Estratégica do PDR para o período 2007-2013, cuja consulta pública terminou segunda-feira, centra-se no impacto do regadio e das culturas intensivas e na «insuficiência» das medidas que visam apoiar as áreas de maior valor natural, com componente agro-ambiental e silvo-ambiental.

Os ambientalistas consideram que os novos projectos de regadio, na maioria programados para o Alqueva, vão ter previsivelmente um impacto significativo no consumo e contaminação de águas subterrâneas e superficiais.

As culturas a privilegiar também poderão ampliar estes efeitos negativos, sublinha a Quercus num comunicado.

O olival é apontado como exemplo, já que «quando cultivado intensivamente é motivo de preocupação pelos impactos diversos que provoca nos solos e recursos aquíferos».

Em alternativa, a Quercus sugere a adopção de medidas que promovam a sustentabilidade agrícola sem necessidade de recorrer a uma «intensificação generalizada».

A associação ambientalista critica também as perspectivas de financiamento da Rede Natura 2000.

A Quercus lembra que a Rede Natura ocupa 21 por cento da superfície do território e lamenta que sejam apenas propostas medidas específicas apenas para oito áreas classificadas, agrupadas em Intervenções Territoriais Integradas.

«Estas oito áreas são manifestamente insuficientes», criticam, adiantando que o financiamento a áreas de valor natural «deixa muito a desejar».

«Ao contrário da orientação da Comissão Europeia no sentido de financiar estas áreas através do FEADER, a Rede Natura 2000 apresenta-se sem garantias de financiamento», afirmou a Quercus.