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Europa quer aumentar impostos sobre combustíveis

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Europa deve aumentar impostos para compensar descidas do preço do petróleo. E usar esse aumento para fazer baixar impostos sobre o trabalho

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As normas Europeias de eficiência energética para os automóveis ligeiros vão induzir uma redução nos preços globais do petróleo de acordo com um estudo publicado esta terça-feira pela consultora «Enerdata, energy consulting».

Segundo a Federação Europeia para os Transportes e Ambiente (T&E), em comunicado enviado pela Quercus à Agência Financeira, os governos dos Estados Membros da União Europeia devem responder com o aumento dos impostos sobre os combustíveis, no sentido de contrariar a maior procura de petróleo e emissões de gases com efeito de estufa (GEE) que resultariam da baixa dos preços.

Este estudo da «Enerdata» avalia pela primeira vez o impacto que a regulamentação Europeia para a eficiência energética e emissões dos carros novos a partir de 2012 terá nos preços do petróleo.

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Os resultados mostram que por cada redução de 1% no consumo de petróleo a nível global, o preço do «ouro negro» cai 2%. Assim, o estudo revela que os benefícios económicos das medidas de promoção da eficiência energética na Europa estão sistematicamente a subestimar esses benefícios em 17%, dado que não consideram os efeitos da redução no consumo de petróleo nos preços da matéria-prima.

Jos Dings, director do T&E, considera que «o ambiente pagará um preço muito elevado por petróleo mais barato (...)».

Aumento nos combustíveis pode servir para baixar impostos sobre trabalho

Para Dings, «ainda que advogar um aumento de combustíveis nesta altura de crise económica possa parecer um contra-senso, os governos europeus devem usar estas receitas adicionais nos impostos sobre os combustíveis para reduzir os impostos sobre o trabalho, incentivando a recuperação da economia e o crescimento do emprego. Este aumento de impostos sobre os combustíveis não deve de forma alguma significar um aumento global da carga fiscal».

«Nem mesmo em tempo de crise, população muda do automóvel para o transporte público

A Quercus, membro do T&E, considera que «nem mesmo em tempo de crise estamos a conseguir que a população mude do uso do automóvel para o transporte público, o que é fundamental para o futuro da economia portuguesa, que se quer menos dependente do petróleo, mais eficiente em termos energéticos e com menores emissões de gases com efeito de estufa».

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«Mal o preço dos combustíveis baixou, quem já estava a recorrer ao transporte público voltou a usar o carro nas deslocações casa-trabalho, com custos ambientais elevados e um peso significativo para as economias familiares», garante Francisco Ferreira, para quem «o Governo infelizmente também não pára de estimular a oferta rodoviária investindo muito dinheiro em infraestruturas com custos elevadíssimos de construção e manutenção em detrimento de outras alternativas de mobilidade mais sustentável».
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