Brasil: uma fábrica de etanol por mês até 2013

O Brasil deverá construir em média uma unidade de produção de etanol por mês, nos próximos seis anos, o que representará investimentos públicos e privados de cerca de 11 mil milhões de euros, noticia a Lusa.

O aumento dos investimentos é resultado de um verdadeiro «boom» do sector, depois do etanol ter passado a ser considerado como uma das opções ao uso de combustíveis fósseis, responsáveis pelo chamado efeito estufa.

O papel dos biocombustíveis na luta contra as alterações climáticas junta quinta-feira o primeiro-ministro, José Sócrates, o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, e o chefe de Estado brasileiro, Lula da Silva, em Bruxelas.

A conferência sobre biocombustíveis, organizada pela Comissão Europeia, tem como objectivo lançar o debate sobre o desenvolvimento de um mercado internacional de produção e comércio de combustíveis.

José Sócrates, José Manuel Durão Barroso e Luíz Inácio Lula da Silva irão intervir numa das sessões de trabalho, ao final da manhã de quinta-feira.

Na conferência, que termina na sexta-feira, serão debatidos quatro grandes temas, a começar pelas condições necessárias para a criação de um mercado internacional para os biocombustíveis.

O Brasil tem actualmente 336 fábricas de álcool e de açúcar, número que deverá ascender a 409 até ao final de 2013, com a produção anual de 130 mil milhões de litros e criação de mais de um milhão de empregos.

Na semana passada, o grupo brasileiro Odebrechet, líder no sector de construção civil e de petroquímica, com presença em Portugal e Angola, anunciou que vai iniciar sua actividade no sector.

O grupo planeia investir 1,91 mil milhões de euros na produção, logística e comercialização de açúcar e de etanol, com uma produção anual de até 40 milhões de toneladas de cana de açúcar.

A estatal Petrobras está a investir cerca de 1,5 mil milhões de euros em infra-estruturas capazes de garantir a exportação de etanol, a grande aposta da empresa no mercado de combustíveis limpos.

A empresa estatal brasileira está a desenvolver parcerias com empresas de energia da Venezuela, Nigéria e do Japão para a produção e exportação de etanol.

O biocombustível é usado em cerca de 40 países, mas ainda está longe de conquistar a Europa, que planeia um consumo de apenas 10 por cento de etanol em combustíveis até 2020.

Os EUA e o Brasil são os dois maiores produtores de etanol (responsáveis por cerca de 75 por cento da produção mundial) seguidos pela China, Índia e França.