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Temperaturas de congelar as pestanas na aldeia mais fria do mundo

Oymyakon é a região habitada mais fria do mundo. Este ano, já registou temperaturas históricas, a rondar os 60 graus negativos

A localidade de Oymyakon, na região russa de Yakutia, no leste da Sibéria, é considerada a região permanentemente habitada por pessoas mais fria do mundo. Neste inverno, as temperaturas já marcaram descidas até valores nunca antes registados. No último domingo, os termómetros rondou os 60 graus negativos.

Os cerca de 500 habitantes de Oymyakon podem realmente queixar-se de frio. Aqui, até as pestanas congelam e os carros são geralmente mantidos a trabalhar, para que as baterias não deixem de funcionar durante as temperaturas extremamente baixas nesta estação do ano.

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A mais fria região habitada do mundo não deve a sua designação só a este inverno. Mas esta estação está a ser particularmente agreste. No início desta semana, uma pressão de ar frio provocou uma descida nas temperaturas até valores históricos. A notícia chegou a todos através do termómetro digital, instalado na pequena aldeia. Na passada terça-feira, as escolas chegaram mesmo a encerrar.

O agressivo clima da localidade, onde é noite 21 horas por dia, condiciona praticamente todos os aspetos da vida dos habitantes. A dieta de inverno baseia-se em carne, crua ou congelada. Algumas das iguarias locais incluem longas tiras de peixe congelado, fígado de cavalo congelado e macarrão com cubos de gelo de sangue de cavalo.

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Na maioria das vezes, as casas de banho são mesmo na rua, pois o chão está demasiado frio para qualquer instalação de canos. Ainda assim, e como reporta o The Washington Post, o governo local assegura que todas as habitações e empresas estão providas de aquecimento central e de geradores de energia de reserva.

Como consequência do frio, o alcoolismo tem revelado ser um problema sério na comunidade. Dependendo das temperaturas que se fizerem sentir, quem trabalha na rua, tem turnos, em média, de 20 minutos.

Imagens de um mercado de peixe em Oymyakon, onde se podem ver os produtos completamente congelados, foram captadas em vídeo e partilhadas no YouTube.

Amos Chapple, fotojornalista da Nova Zelândia, viajou para a região em 2015, com o intuito de documentar o dia-a-dia daqueles que vivem com muitos graus abaixo de zero.

Como explicou, citado pelo The Washington Post, o caminho para a vila remota, por si só, foi difícil. Após uma viagem de sete horas desde Moscovo, a capital russa, esperou dois dias no interior de uma barraca, a alimentar-se de sopa de veado, até conseguir encontrar boleia para Oymyakon.

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Após os primeiros dias eu estava fisicamente destruído só por andar pelas ruas durante poucas horas”, afirmou.

Chapple contou que entrevistar a população não foi tarefa fácil, uma vez que a rua é simplesmente um sítio de passagem, onde ninguém quer ficar por muito tempo. A câmara estava demasiado fria para conseguir trabalhar e o fumo da sua respiração estragava a imagem. Ainda tentou tirar uma fotografia sem luvas, mas ficou com o polegar parcialmente congelado.

Apesar de tudo isto, todos os habitantes de Oymyakon se orgulham do seu estatuto.

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