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Irão junta-se ao caso «Lars von Trier em Cannes»

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Há novas acusações e mais esclarecimentos

A polémica que marcou a passagem de Lars von Trier pelo Festival de Cannes este ano ainda não terminou, mesmo que o certame tenha chegado ao fim no passado domingo. Agora, foi o governo iraniano a meter-se ao barulho para acusar a organização. O realizador dinamarquês também já fez uma nova declaração reiterando a falta de inteligência das suas palavras.

Tudo começou quando Von Trier se disse «nazi» e que Hitler lhe merecia «alguma simpatia». Entre as explicações do realizador sobre piadas infelizes e a reacção do festival em declará-lo persona non grata tudo parecia finalizado com estas tomadas de posição. O seu filme «Melancholia» manteve-se inclusivamente em competição e deu a Kirsten Dunst a Palma de Ouro da interpretação feminina num festival que se manifestou desde o início contra a prisão pelo Irão dos realizadores iranianos Jafar Panahi e Mohammad Rasoulof - que tiveram filmes seus presentes.

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O ministro-adjunto da Cultura do Irão pronunciou-se agora sobre a exclusão do realizador dinamarquês dirigindo uma carta ao presidente do festival Gilles Jacob, que foi revelada pela FARS, a agência noticiosa iraniana. A Associated Press conta que Javad Shamaqdari afirmou que Cannes repudiou a sua história tornando as suas pretensões de defesa da liberdade de expressão um «slogan sem significado».

A propósito da carta do governante iraniano, Lars von Trier também já emitiu um comunicado, que é reproduzido pelo «The Hollywood Reporter»:

«Em relação à carta do vice-ministro da Cultura do Irão para o Festival de Cinema de Cannes no que respeita à designação da minha personalidade como persona non grata, sinto-me obrigado a fazer o seguinte comentário:

Na minha opinião, a liberdade de expressão, em todas as suas formas, faz parte dos direitos humanos básicos. No entanto, os meus comentários durante a conferência de imprensa do festival foram desprovidos de inteligência, ambíguos e desnecessariamente ofensivos.

O que eu queria significar era que a potencialidade para a crueldade extrema, ou o seu oposto, repousam em todo o ser humano, seja qual for a sua nacionalidade, etnia, estrato ou religião. Se só explicarmos as catástrofes históricas com a crueldade dos indivíduos destruímos a possibilidade de compreender os mecanismos humanos, que por sua vez são necessários para evitar quaisquer crimes futuros contra a humanidade.»

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