O presidente do Eurogrupo disse esta quarta-feira em Lisboa que Portugal não precisa de ajuda financeira adicional, rejeitando a possibilidade de um reajustamento do plano de resgate ao Estado português.
Juncker adiantou ainda que «fica furioso» quando ouve dizer que euro está em crise e assegurou que Itália «tem de provar» que merece confiança dos parceiros europeus.
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«Não creio, sinceramente, que Portugal precise de um montante mais elevado», disse Jean-Claude Juncker, que também é primeiro-ministro luxemburguês, durante uma conferência de imprensa conjunta com o chefe do Governo português, Pedro Passos Coelho.
Aliás, para o presidente do Eurogrupo não existe, sequer, comparação possível entre «o desastre» grego e as dificuldades temporárias de Portugal.
Juncker ponderou, contudo, que possam haver «ajustamentos técnicos» à execução do programa, mas recusou o reajustamento: «As metas são para cumprir».
Também Passos Coelho afirmou que quaisquer reajustamentos técnicos ao memorando de entendimento fazem parte do próprio acordo e decorrem das avaliações trimestrais da «troika» (BCE, FMI e Comissão Europeia), rejeitando que haja qualquer processo «excecional».
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Na semana passada, o primeiro-ministro português disse que o Governo tinha discutido a possibilidade de fazer «reajustamentos» ao memorando de entendimento com a «troika», que tem neste momento em Portugal uma equipa para fazer a avaliação da aplicação do acordo.
«Não posso dizer que estaria a favor de menos esforços e mais dinheiro», atirou Jean-Claude Juncker.
Presidente do Eurogrupo aplaude Governo português
Mais: o presidente do Eurogrupo declarou-se ainda «muito satisfeito com o comportamento do Governo português», e saudou o «consenso nacional» à volta da necessidade de consolidação das contas públicas.
«A equipa [técnica da troika] está no terreno [desde segunda-feira], vamos esperar pela sua avaliação. Estou convencido de que, assim que houver avaliação, a terceira tranche [da ajuda a Portugal] será paga», disse Juncker.
Os portugueses podem ter a ideia de estarem isolados na Europa, «mas não é assim». Não pode «haver Europa sem Portugal, somos aliados e não inimigos, estamos a trabalhar em conjunto», acrescentou.
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