O sociólogo Boaventura Sousa Santos prevê que Portugal assista a confrontação social caso se agravem as medidas de restrição de direitos das pessoas em nome do combate à crise financeira que ameaça a Zona Euro.
«Esta política convida à confrontação social. Estamos a assistir a roubo de direitos, a roubo de dinheiro que as pessoas pagaram. Quando se fazem cortes nas pensões, o dinheiro não é do Estado. Em grande parte, foi dinheiro que as pessoas investiram nas suas pensões», salientou, em declarações à agência Lusa.
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Na sua óptica, «se as pensões não são garantidas isso é furto, é uma ilegalidade, e as pessoas sentem isso».
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Entrada do FMI em Portugal seria «uma desgraça»
O sociólogo considera ainda que o recurso ao Fundo Monetário Internacional (FMI) seria «uma desgraça» porque a instituição funciona «segundo a lógica dos credores» e salientou que as melhores recuperações económicas vieram dos países que rejeitaram ajuda.
O FMI não é a solução adequada para Portugal, porque quando entra num país, «é a desgraça para esse país», disse o sociólogo, acrescentando que a tese está comprovada.
«Só os nossos comentaristas trauliteiros e ignorantes e conservadores, que infelizmente dominam os nossos meios de comunicação, alguns deles pessoas que deviam ter mais vergonha na cara, é que podem vir a sugerir que isso é uma boa solução para o país».
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