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Dívidas a mais? Há uma solução para si

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Plano Viável recupera famílias sobreendividadas. Vão ter que mudar de vida para se reequilibrarem, mas nenhuma é mandada embora sem solução

Milhares de portugueses perderam o controlo das suas contas. De tal forma, que há já mercado para as empresas que ajudam a recuperar famílias insolventes. A Plano Viável é uma dessas empresas, mas não se limita a negociar com os bancos para que as prestações baixem. Tenta reeducar as famílias para que alterem os seus hábitos de consumo.

Veja aqui a reportagem em vídeo

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«As causas do sobreendividamento vão muito além da crise económica ou do desemprego. Há pessoas viciadas em compras. E a crise só agrava essa adição: as pessoas estão deprimidas e usam as compras para compensar carências psicológicas. As famílias não sabem organizar, em termos de prioridades, as suas despesas», explica a directora-geral da empresa, Florbela Oliveira.

Isso pode explicar algumas das realidades com que a Plano Viável se depara: a maioria das pessoas que pede ajuda tem mais de 12 créditos, há quem chegue a acumular 35 empréstimos e até 15 cartões de crédito, todos usados até ao limite. E tendem a contrair empréstimos novos para pagar os mais antigos - o efeito gerado é uma verdadeira bola de neve.

Apoio psicológico, seguro de saúde, bolsa de emprego e de imóveis

Para evitar reincidências, além dos serviços de aconselhamento financeiro, a empresa ajuda as famílias a mudar de vida. «Muitas vezes é preciso uma terapia de choque. As pessoas têm de mudar hábitos. Por exemplo, usar as roupas da colecção passada, cozinhar receitas económicas, trocar o carro pelos transportes públicos, deixarem de ir aos centros comerciais, onde as tentações estão concentradas e passarem os momentos de lazer em espaços ao ar livre».

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A empresa oferece apoio psicológico aos clientes, mas não só. «Em situações de crise, as pessoas comprometem muitas vezes a própria saúde. Abdicam de tratamentos necessários para não gastar dinheiro. Por isso, criámos um protocolo com uma rede de prestadores de saúde que permite às pessoas acederem a um conjunto de cuidados elementares por um preço simbólico, três euros/mês».

O crédito à habitação é o último que as pessoas deixam de pagar mas muitos nem a esse conseguem fazer face: «Temos uma bolsa de imobiliário que compra as habitações por alguns anos, passando as famílias a pagar uma renda, mais baixa do que a prestação. Durante esse tempo a família poupa e pode reequilibrar-se, e no final, pode comprar de volta a casa».

Para os desempregados ou mesmo para aqueles que necessitam de um rendimento extra, há uma bolsa de emprego, que cruza esta procura com as ofertas de emprego de empresas - também elas recuperadas de dificuldades financeiras - que já podem voltar a contratar.

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Pela ajudar, a rede de consultores cobra uma comissão, a partir de 250 euros, que podem ser pagos em prestações, até 90 dias. O valor a cobrar depende dos rendimentos da família, do valor dos créditos e ainda da complexidade do processo. Para os casos mais gritantes, a empresa isenta as famílias de qualquer pagamento.

Quem pede ajuda?

À porta da Plano Viável batem pessoas de Norte a Sul do país, de todas as idades, habilitações literárias, profissões e classes sociais. Ainda assim, entre os que pedem ajuda predominam mulheres, pessoas da Beira Interior e Alentejo, e de rendimentos relativamente elevados. Em média, estas famílias ganham mais de 1.300 euros.

«As famílias que tem muitos créditos acumulados são aquelas que tinham rendimentos elevados antes de um dos cônjuges ficar desempregado, por exemplo. Tinham relativa facilidade em contrair empréstimos e estavam habitadas a um determinado estilo de vida», revelou José Luis Cananão, um dos consultores.

A empresa recebeu 12.741 pedidos de ajuda no primeiro trimestre, o que equivale a 120 milhões de euros em créditos para renegociar, e fechou Março com 6.593 processos resolvidos.

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