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Portugal no pódio do risco da dívida

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A seguir à Grécia e Islândia, país fica em terceiro lugar

O custo de subscrever a protecção para um eventual incumprimento da dívida portuguesa é actualmente o terceiro mais elevado entre os países europeus emitentes de dívida soberana, sendo apenas superado pela Grécia e pela Islândia.

As preocupações dos investidores com a situação das finanças públicas portuguesas fizeram os Credit Default Swaps (CDS) sobre obrigações de Portugal dispararem durante a última semana, sendo neste momento apenas ultrapassados na Europa pelo risco da Grécia (467,14 pontos), que é o quarto mais alto do mundo, e da Islândia (381,93 pontos), em oitavo lugar.

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Os CDS sobre obrigações de Portugal registavam [às 14:50] uma melhoria de três por cento, para 199,74 pontos, de acordo com os dados da CMA Vision, mas estiveram próximos do máximo histórico alcançado em Fevereiro (ligeiramente acima dos 200 pontos base).

Em termos mundiais, a Venezuela, a Argentina e o Paquistão estão posicionados nos três primeiros lugares dos países com maior risco de incumprimento, seguidos pela já referida Grécia, Ucrânia, Iraque e Dubai.

Seguem-se-lhes a Islândia, a Letónia e a República Dominicana, que fecham a lista dos dez países com maiores custos para a proteção de um eventual incumprimento do pagamento das emissões de dívida.

Hoje, especialistas ouvidos pela agência de informação financeira Bloomberg disseram que Portugal poderá ser o próximo país a ficar sob pressão no mercado obrigacionista, caso a ajuda à Grécia não seja uma realidade no curto prazo, apontando precisamente para a evolução dos CDS do país.

«Se a Grécia não encontrar o apoio de que necessita, claramente isto levará à criação de um risco sistémico e, neste contexto, Portugal será o próximo país a ficar numa situação vulnerável», afirmou o responsável do departamento de dívida europeia do Deutsche Bank, Dowding, que tem sob gestão 150 mil milhões de euros de ativos em obrigações.

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O aumento de um ponto base no contrato de proteção de incumprimento (CDS) de 10 milhões de dólares de dívida a cinco anos provoca uma subida de mil dólares por ano nos custos anuais dispendidos para assegurar a sua proteção.

A situação grega levou já o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schaeuble, a rejeitar comparações entre a situação grega e a portuguesa, como a que foi feita por Simon Johnson, antigo economista-chefe do FMI.

«Creio que esses economistas ainda não perceberam que estão a alimentar o negócio de especuladores com intenções duvidosas. A situação da Grécia não pode ser comparada de todo com nenhum outro país», afirmou o governante, acrescentando que a União Europeia deveria questionar como puderam os organismos estatísticos deixar passar os números gregos sem os questionarem.

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