Economistas de renome e antigos políticos europeus fizeram esta terça-feira um apelo: Portugal e a Irlanda devem aceder rapidamente ao novo fundo europeu de estabilização financeira.
Num artigo publicado no «Financial Times», vários especialistas - entre os quais Jacques Delors e Romano Prodi [antigos presidentes da Comissão Europeia] - são peremptórios quanto à necessidade de «uma activação imediata» do fundo [criado na sequência da intervenção na Grécia em Maio] que «pode e deve ser mobilizado para ajudar os países da Zona Euro mais deficitários». É que a instabilidade poderá pôr em causa a existência do euro.
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Juros da dívida atingem nível mais alto de sempre
O fundo, acrescentam, deverá conseguir «conceder empréstimos a taxas de juro reduzidas e ao aliviar o peso dos juros, poderá melhorar significativamente as perspectivas de uma consolidação orçamental bem sucedidas nos países mais endividados». Uma solução que «ajudaria a evitar uma reestruturação de dívida e uma crise de confiança na Zona Euro».
«Esperar para ver é um caminho perigoso para a União Europeia. As ameaças contra a estabilidade e a coesão da Zona Euro permanecem elevadas. É preciso agir agora, para reforçar a estabilidade», reforçam os demais autores, como Peter Bofinger (Würzburg University), Henrik Enderlein (Berlin Hertie School of Governance), André Sapir (Université Libre de Bruxelles), Tommaso Padoa-Schioppa (presidente do think-tank Notre Europe), Guy Verhofstadt (antigo primeiro-ministro belga) e Joschka Fischer (ex-ministro alemão dos Negócios Estrangeiros).
E prosseguem: «a melhor solução é a própria Zona Euro financiar estes estados, pedindo reformas duras mas oferecendo-lhes condições de financiamento menos dispendiosas do que as que estão a ser reclamadas pelos mercados».
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