O chefe de Governo esteve reunido com os parceiros sociais para preparar o Conselho Europeu de quinta e sexta-feira, que estará focado na Grécia, mas segundo a CGTP, UGT e Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, Passos Coelho nada antecipou sobre o desfecho do (des)acordo entre Atenas e os credores.
"O primeiro-ministro não se pronunciou sobre isso. Da nossa parte, pensamos que devia have esforço europeu nesse sentido", começou por dizer João Vieira Lopes, líder da terceira confederação.
Já a CGTP não tem dúvidas que o Conselho Europeu de quinta e sexta-feira não vai dar resposta a problema algum: nem da Grécia, nem de Portugal, nem da austeridade desmesurada.
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"É importante que os portugueses saibam que o Conselho Europeu o que vai discutir acima de tudo é responder aos problemas do setor financeiro, o setor que continua a ser privilegiado. O que nós precisamos, os portugueses, os povos europeus (...) é olhar para as pessoas. No Conselho Europeu, não vai ser dada resposta", afirmou, por sua vez, Arménio Carlos.
"A Comissão Europeia e a troika não querem só impor um acordo, querem esmagar o povo grego relativamente àquilo que querem impor"
"O não acordo acima de tudo terá repercussões de mostrar que estamos perante inevitabilidade. O povo grego está a dar uma lição à Europa, a lutar pela sua dignidade e exige ser tratado com respeito", defendeu.
A UGT, por seu turno, socorreu-se do ditado "a esperança é a última a morrer" para manifestar a importância de um acordo, com cedências de parte a parte.
"Esta reunião foi carregada de uma simbologia muito forte. O Conselho Europeu vai realizar-se num momento crítico para a Grécia e para a Europa. A posição da UGT é que devem encontrar uma solução para que a Grécia continue no euro e para que o povo grego não seja sujeito a mais humilhações. As medidas não podem ser para mais desespero e mais pobreza. A Grécia precisa hoje mais do que nunca que essas medidas sejam aplicadas e ter condições para as aplicar", disse Lucinda Dâmaso.
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João Vieira Lopes fez notar, ainda, que o documento dos cinco presidentes - Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, Mario Daghi, presidente do Banco Central Europeu, Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, Jeroen Dijsselbloem, líder do Eurogrupo, e Martin Schulz, presidente do Parlamento Europeu - sobre a evolução europeia é "bastante decepcionante".
"É um documento que não tem expectativas para a evolução da Europa, não tem calendário e isso desiludiu-nos bastante. Se Portugal beneficiará de uma consolidação do processo europeu, neste momento tudo o que se passa na Europa é bastante complicado em termos de perspetivas futuras".
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