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Soares teme que Orçamento cause «surtos de violência». Concorda?

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Antigo Presidente diz que o ideal é que o PSD aprove o Orçamento e não que apenas se abstenha

O ex-Presidente da República, Mário Soares, teme que as medidas de austeridade contidas na proposta de Orçamento do Estado para 2011 gerem violência nas ruas de Portugal.

«As medidas que constam do Orçamento representam uma baixa tão sensível no nível de vida e nos comportamentos da maioria dos portugueses, que irão suscitar, necessariamente, críticas acerbas, protestos enfurecidos e inúmeras manifestações de descontentamento, donde podem resultar - oxalá me engane - surtos de violência imprevisíveis», escreve o histórico socialista num artigo publicado no «Diário de Notícias».

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Embora nunca tenha tido dúvidas de que o Orçamento acabaria por passar no Parlamento «dadas as pressões feitas pelos bancos e pelos grandes interesses junto do PSD», o antigo Presidente lembra que o acordo atingido entre os social-democratas e o Governo «representa muito pouco, nem sequer ficará na História», porque «só garante a abstenção do PSD na generalidade e não sabemos se também na especialidade».

«O acordo é só para deixar passar o Orçamento na generalidade? Ou também na especialidade? Nesse caso, perde-se a corresponsabilização. Se assim for, num Orçamento cujas medidas serão tão difíceis de aplicar, o PSD parece pôr acima do interesse nacional um eleitoralismo imediatista».

O ideal, diz, seria que o PSD votasse a favor do Orçamento e não que apenas se abstivesse. «Se o PSD só se abstiver, a guerrilha partidária eleitoralista vai continuar, com os inconvenientes conhecidos, quanto à instabilidade governativa. Se votar a favor do Orçamento - e se se corresponsabilizar - apaziguar-se-ia a situação, para que haja - ou possa vir a haver - , finalmente, um acordo mínimo quanto a um plano de recuperação, a médio prazo, e nele se empenhem os dois maiores partidos. Seria excelente».

«Não desconheço que o ambiente entre os dois maiores partidos não tem sido bom, assim como o clima crispado que se vive na Assembleia da República. Não têm confiança uns nos outros nem respeito pela palavra dada. É muito mau, para a democracia, que se tivesse deixado degradar tanto as relações interpartidárias e entre os partidos e os parceiros sociais», escreve.

«Neste momento tão crítico - depois se verá como irá evoluir a Europa; não estou nada optimista - é indispensável que os partidos, sobretudo os do arco do poder, debatam entre si - e também com os parceiros sociais - e criem laços de confiança, pondo-se de acordo quanto à estratégia concertada para vencer a crise. Abandonem, de momento, os golpes meramente tácticos ou eleitoralistas. Estes são importantes em política - sei-o bem -, mas sem terem como suporte uma estratégia coerente, clara e compreensível pelo Povo, são mero oportunismo», conclui.

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