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Ministro compara Portugal à Grécia ao admitir vinda do FMI

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O economista João Duque considera que o ministro das Finanças poderá estar a comparar Portugal à Grécia quando admite a possibilidade de recorrer ao Fundo Monetário Internacional (FMI), caso as taxas de juro da dívida portuguesa toquem os 7%.

«Acho que o ministro das Finanças está a comparar-se à Grécia. Quando estivermos perto dos 7%, estamos demasiado próximos da Grécia para não estarmos a ser ajudados», disse à Lusa o economista.

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Se juros da dívida chegarem aos 7%, FMI pode ser chamado

Numa entrevista ao semanário Expresso, o ministro das Finanças admitiu que com taxas de juro que se aproximem dos 7%, Portugal «entra num terreno» em que é melhor recorrer ao fundo europeu e ao FMI. Actualmente, as taxas de juro da dívida portuguesa estão acima dos 6%, depois de terem estado a um máximo histórico de 6,5%.

«Com taxas de juro que se aproximem dos 7% entramos num terreno onde essa alternativa começa a colocar-se, comparando-se os custos de financiamento», disse Teixeira dos Santos ao Expresso.

Ministro: «A bola está do lado do PSD»

A taxa de juro da dívida portuguesa é o preço que os mercados pedem a Portugal pelo dinheiro que o país pede emprestado.

FMI e UE emprestam à Grécia com juros de 5%

«As contas [do ministro] são feitas de duas maneiras: primeiro é o diferencial entre a taxa de mercado e a taxa que o ministro supõe que a União Europeia e o FMI lhe vão conceder num empréstimo de salvação, que no caso da Grécia foi noticiado como sendo 5%», explicou João Duque.

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Para o economista «é insustentável Portugal estar a pagar dois pontos acima de uma taxa de referência» como os 5% aplicados à Grécia.

«Por outro lado, o ministro poderá estar convencido, e nisso acompanho-o, que se o FMI vier é uma forma de acabar com as dúvidas. E assim o mercado convence-se que, com o FMI, Portugal vai mesmo fazer o que é preciso» em Portugal, acrescentou.

João Duque sublinhou que os 7% se tratam de «uma taxa psicológica para avisar dessa possibilidade» [recorrer ao FMI].

Desconfiança dos mercados é culpa do Governo ou do PSD?

João Duque concorda com Teixeira dos Santos que os mercados estarão «a olhar com desconfiança para a decisão final do PSD» quanto à viabilização ou não do Orçamento, mas também coloca outra possibilidade.

«Nos dias a seguir à tomada das medidas toda a gente estava à espera que as taxas de juro [da dívida portuguesa] baixassem para a casa dos 5,4%. A outra leitura é que os mercados não achem que estes homens têm o perfil para implementar estas medidas, que muitas delas são vagas e exigem uma intransigência que estes agentes não têm estado a mostrar», considerou.

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