Acaba de tomar posse como bastonário da Ordem dos Economistas, já com uma receita para o país. Para Rui Leão Martinho, o FMI poderá ser um dos ingredientes incontornáveis para o Portugal de 2011.
«Teremos condições melhores se tivermos a ajuda do fundo europeu. E portanto há que comparar essa questão do custo político e do benefício que pode vir depois, por ter melhores condições de um endividamento que nós precisamos de fazer».
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O novo bastonário até admite vender parte das reservas de ouro: «Se tivermos de alienar uma parte da reservas de ouro, talvez venhamos a aliviar um número de medidas de austeridade que neste momento estão em vigor ou que possam ainda vir a ser necessárias».
Já o ex-bastonário, Murteira Nabo, impõe prazos ao Governo para travar a vinda do FMI. Se nos próximos três meses Sócrates não fizer o que é preciso, o FMI terá de o fazer por ele: «Eu não prevejo que venha durante o primeiro trimestre. Se de facto, o primeiro trimestre falhar, se calhar vai ser inevitável o FMI e eleições. Aí não tenho dúvidas».
Outros economistas - também presentes na tomada de posse de Rui Leão Martinho - diferem destas opiniões, não se atrevendo a antecipar datas. Daniel Bessa, por exemplo, diz que «mesmo os países que já estão a ser assistidos pelo fundo, seja a Grécia, seja a Irlanda, ainda não estão a beneficiar de descida nenhuma de taxa de juro. Se pudermos evitar a chegada desses amigos, talvez não seja mau».
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«Vamos precisar do FMI por incapacidade»
Também César das Neves defende que «não é obrigatório vir cá o FMI. Agora o problema é que aqueles que andaram tanto tempo a dizer que faziam e nunca fizeram, que estão lá há cinco anos e nunca fizeram, qual é a credibilidade que têm de que vão finalmente fazer?».
Este economista acredita, no entanto, que «vamos precisar do FMI não por imposição das circunstâncias mas por incapacidade das autoridades, que se tivessem enfrentado a sério as situações poderiam ter evitado a vinda do FMI ou poderão ainda evitar a vinda do FMI».
2011 vai ser o ano da prova dos nove. Resta saber se ela vai ser superada com ou sem ajuda externa.
Cavaco: «Não será necessária entrada do FMI»
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