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Greve Espanha: 11 voos da TAP cancelados. Adesão é de 70%

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Sector dos transportes é dos mais afectados pela paralisação contra reforma laboral

Espanha cumpre esta quarta-feira uma greve geral contra a reforma laboral já em curso no país e a adesão «supera folgadamente» os 70%, sem contabilizar sectores como o ensino e o comércio, segundo a UGT espanhola. A paralisação está a ter repercussões em Portugal: 11 dos 26 voos da TAP para Espanha foram cancelados esta manhã, como comprovou a TVI no Aeroporto da Portela.

«O sensato por parte do Governo é que tome boa nota da adesão que esta greve está a ter e que pense em corrigir de forma imediata» as suas políticas, revela o responsável de comunicação da UGT espanhola, José Javier Cubillo, num comunicado citado pela agência Lusa.

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Os aeroportos espanhóis operaram 95 dos 234 voos programados até às 07:00 de hoje, o que representa cerca de 40% do previsto, com um largo número de cancelamentos já confirmado.

Mas se o ministro espanhol do Trabalho considera que a paralisação está a decorrer «com normalidade» e que os serviços mínimos estão a ser cumpridos na sua quase totalidade, a verdade é que se registaram alguns incidentes que já provocaram «vários feridos», segundo o jornal «El País», depois de um piquete ter tentado impedir a saída de viaturas de uma empresa. A polícia terá tido que intervir e, entre os quatro a seis feridos registados, pelo menos um terá sido atropelado.

A UGT diz, por seu lado, que as cargas policiais sobre os piquetes sindicais estão a ser «indiscriminadas e brutais» e que os sindicatos estudam já apresentar denúncias.

Seja como for, o sector dos transportes está a cumprir os serviços mínimos em 97%, segundo o ministro do Trabalho.

O responsável explicou ainda que os primeiros indicadores do consumo energético - usado como termómetro para redução na actividade - apontam para uma queda média de 8,5% da procura prevista para o dia de hoje. E, na indústria, «o consumo caiu cerca de 21,7% até às 07:00».

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O impacto da greve é também evidente na distribuição, como comprovou a agência Lusa, com a distribuição da imprensa a ser bastante afectada e vários quiosques ainda sem receber os jornais diários.

Greve põe travão na alta velocidade

As obras nos troços da linha de alta velocidade entre Madrid e a fronteira com Portugal, bem como as da auto-estrada entre Plasência e Portugal estão também paradas por causa da greve.

Os dados foram confirmados por responsáveis da secção

de Metal, Construção e Afins da UGT (MCA-UGT) e pela Federação de Construção, Madeira e Afins da CCOO (FECOMA-CCOO).

À paralisação aderiu a «quase totalidade (99 por cento)» dos trabalhadores das grandes obras de construção de infra-estruturas, tanto as que deveriam ter decorrido durante a madrugada como as que começaram às 06:00.

Os sindicatos sustentam que a incidência da paralisação é total nos sectores de cimento, cerâmica, madeira e indústrias afins.

Governo disponível para dialogar com sindicatos

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O vice-primeiro ministro espanhol, Manuel Chaves, já tinha dito ontem, terça-feira que, qualquer que seja a resposta da população, o Governo fará um «convite imediato» aos sindicatos para que se retome o diálogo.

Apesar do protesto ser motivado pela reforma laboral em curso, aprovada já pelo Governo e sobre a qual o Executivo insistiu que não irá recuar, o responsável está convencido de que há «margem suficiente» para negociar e modernizar o mercado laboral.

E primeiro ministro espanhol disse já esta quarta-feira que «não deseja» a greve geral que se vive no país, mas que a respeita. José Luis Rodriguez Zapatero «vai trabalhar para garantir o direito à greve e o direito ao trabalho».

Intervindo no Congresso de Deputados, Zapatero afirmou que procurará «o máximo consenso» com os sindicatos para abordar «os temas pendentes» na agenda em termos de matéria laboral bem como o processo de reforma de pensões, que está ainda a ser analisado.

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