O jornalista ganês Ahmed Hussein-Suale, que investigou um mega esquema de corrupção no futebol africano, foi morto a tiro na quarta-feira quando voltava para casa.
Segundo a imprensa do país africano, localizado no Golfo da Guiné, colegas da equipa de investigação que Ahmed integrava, a Tiger Eye, dizem que o jornalista foi morto com três tiros, na quarta-feira à noite, em Madina, na capital ganesa, Accra, quando voltava para casa.
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De acordo com as fontes, o jornalista “foi baleado e morto” por homens, ainda não identificados, que seguiam numa motorizada.
A agência francesa France-Presse salienta que Ahmed Hussein-Suale participou numa investigação sobre a corrupção no futebol africano.
A Tiger Eye é liderada pelo conhecido jornalista Anas Aremeyaw Anas, que confirmou a morte do colega, referiu ter perdido “um irmão” e prometeu que a equipa que dirige “não vai remeter-se ao silêncio”.
Recompensa por espancamentoO jornalista assassinado, de 34 anos, tinha apresentado queixa na justiça recentemente, depois de um deputado do partido no poder ter divulgado uma foto sua na televisão estatal oferecendo uma recompensa a quem o espancasse.
A comissão nacional dos media condenou o assassínio e apelou à polícia para iniciar uma investigação aprofundada.
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É do interesse do país deter os autores deste crime", referiu o presidente da comissão, Yaw Boadu Ayeboafo.
O documentário “Number 12”, divulgado em junho de 2018, provou, através de jornalistas infiltrados, o envolvimento de dezenas de árbitros ganeses e de outros países africanos, e de dirigentes da Federação de Futebol ganesa, incluindo o presidente, Kwesi Nyantakyi, num esquema de corrupção.
O documentário revela negociações mantidas com potenciais “investidores”, que, em troca de contratos lucrativos com o governo ganês, ofereciam presentes no valor de milhões de dólares.
O presidente da federação ganesa demitiu-se do cargo logo após a divulgação do documentário, tendo sido acusado de corrupção em outubro e proibido pela FIFA de exercer qualquer atividade relacionada com o futebol, além de ter pagado 440 mil euros de multa.
Na sequência do escândalo, mais de 50 árbitros africanos foram também suspensos da Confederação Africana de Futebol (CAF).
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