Duas faixas, uma com a palavra «Resistência» e uma outra anunciando para quinta-feira uma «demonstração de solidariedade em toda a Europa», foram colocadas esta quarta-feira na Acrópole de Atenas, monumento histórico mais visitado do país, noticia a agência Lusa.
No 12º dia consecutivo de manifestações no país, cerca de 50 jovens colocaram primeiro a faixa com a palavra «Resistência», escrita em grego, francês, inglês, em italiano e em alemão.
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Numa segunda faixa, escrita em inglês e colocada minutos depois, lê-se: «18 de Dezembro, Manifestação de Solidariedade em toda a Europa».
Esta acção foi organizada organização de coordenação dos jovens estudantes de Atenas, onde está para hoje prevista uma grande manifestação, inserida nos protestos contra a morte do jovem Alexis Grigoropoulos, 15 anos, morto no passado dia 6 por um polícia, no bairro de Exarchia, na capital.
Invasão de estúdio de TV
Manifestantes invadiram terça-feira estúdios de televisão e de rádio para emitir mensagens contra o governo.
Um grupo de cerca de dez jovens entrou no estúdio da televisão estatal NET e interromperam uma emissão de um discurso do primeiro-ministro Costas Karamanlis, segundo responsáveis da estação.
Os manifestantes pediram aos operadores de câmara que filmassem as faixas que transportavam e na qual se lia: «Parem de ver televisão, saiam para as ruas», e «libertem todos os que foram detidos».
Nesta invasão dos estúdios ninguém ficou ferido e não houve detenções.
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Na cidade setentrional de Thessaloniki, manifestantes invadiram três estações de rádio, partindo apenas depois de lerem uma mensagem de protesto.
Registaram-se distúrbios, após uma acalmia de dois dias, quando jovens se confrontaram com elementos da polícia em Atenas e em Thessaloniki.
Confrontos
Segundo a polícia, cerca de 30 jovens lançaram cocktails molotov contra o edifício da polícia de choque, na capital, danificando sete veículos estacionados no exterior.
Em Thessaloniki, a polícia recorreu a gás lacrimogéneo para dispersar 300 jovens que lançavam fruta e pedras junto do principal tribunal da cidade.
Os distúrbios surgiram depois de ser conhecida a decisão do tribunal, que deu oito polícias culpados de abusos contra um estudante, na sequência de manifestações registadas há dois anos.
Os manifestantes exigem que a polícia de choque seja desarmada e retirada das ruas ao mesmo tempo que alastra a exigência para a revisão das políticas económicas, sociais e de educação.
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