As negociações entre a Grécia e os credores internacionais vão continuar depois da reunião do Eurogrupo desta tarde, que terminou novamente sem acordo. Um resultado que já era previsível, depois da reunião entre o primeiro-ministro, Alexis Tsipras, e as instituições ter terminado sem “grandes progressos”.
O primeiro-ministro grego esteve reunido cerca de nove horas com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, a diretora do FMI, Christine Lagarde, e com o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, mas sem resultados.
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Esta quinta-feira, as equipas de negociações retomam os trabalhos às 5:00 em Bruxelas. Tsipras volta a reunir-se com os credores às 8:00.
Continua, assim, o impasse das negociações, um revés no acordo que na segunda-feira parecia estar próximo no final da cimeira de líderes da Zona Euro. O tempo começa a esgotar-se, e por isso um novo Eurogrupo já está agendado para amanhã às 12:00, hora de Lisboa, como avançou o ministro das Finanças da Finlândia na sua conta de Twitter.
A ministra das Finanças portuguesa, Maria Luís Albuquerque, indicou que não foram transmitidas ao Eurogrupo "divergências" entre as propostas gregas e dos credores.
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Uma nova cimeira de líderes na sexta-feira também não está completamente descartada, como tinha avançado o correspondente da TVI em Bruxelas, Pedro Moreira.
Logo após o final das reuniões, o governo grego emitiu um comunicado onde reitera que as negociações vão continuar "a todos os níveis" e onde explicou o porquê deste novo impasse.
"A delegação do governo grego veio para as negociações de hoje tendo por base as propostas que as instituições aceitaram na segunda-feira. As instituições, por sua vez, construíram uma nova proposta que transfere o fardo [da austeridade] para os trabalhadores e pensionistas, de uma forma que é socialmente injusta, ao mesmo tempo que sugerem medidas que evitem a subida do fardo daqueles que têm [para dar].O lado grego não pode concordar com esta [mudança] de direção. As negociações vão continuar a todos os níveis", lê-se na declaração a que o "The Guardian" teve acesso.
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Esta situação gerou um pessimismo praticamente unânime entre os ministros das Finanças da Zona Euro, que à chegada a Bruxelas já iam dizendo aos jornalistas que não esperavam que um acordo fosse alcançado esta quarta-feira.
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À chegada à reunião, que esteve inicialmente marcada para as 18:00, mas só arrancou perto das 19:00 (hora de Lisboa), vale destacar as declarações dos ministros das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, e Finlândia, Alex Stubb, que davam como certo que um acordo ainda não seria conseguido hoje.
“Ficarei bastante surpreendido pela positiva se conseguirmos um acordo hoje”, disse Alex Stubb.
Mais crítico, e pessimista, foi o ministro das Finanças da Eslováquia que na sua conta de Twitter escreveu: “É quarta-feira e estou curioso como vai ficar a Zona Euro depois do Eurogrupo de hoje”.
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Uma aposta claramente errada, já que o Eurogrupo terminou em apenas uma hora (lembre-se, quando já tinha começado com o mesmo tempo de atraso), o que significa que mais do que três reuniões do Eurogrupo serão necessárias para um entendimento.
Quem se mostrava mais otimista e solidário com os gregos era o ministro das Finanças da Bélgica, Johan Van Overtveldt, que afirmou, à chegada a Bruxelas, que a Zona Euro tem “uma grande responsabilidade para com a população da Grécia, cujo sofrimento é enorme”.
disse ser preciso continuar a trabalharRecorde todos os eventos que ocorreram ao longo do dia e foram seguidos AO MINUTO aqui na TVI24.“Conseguem imaginar uma economia que diminuiu 25% em alguns anos? É horrível. Temos de travar isto. Temos uma obrigação [de o fazer]”.
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