O ministro dos negócios estrangeiros alemão, Guido Westerwelle, fez um apelo à NATO para que reavalie a questão do desarmamento, «embora continue a ser, nos próximos anos, uma aliança para a defesa, e não um tratado de desarmamento». Em artigo publicado no matutino «Die Welt» e citado pela Lusa, Westerwelle considerou que, «a NATO tem todo o interesse, como a aliança militar mais importante do mundo, em dar o seu contributo para o desarmamento, o controlo dos armamentos e a não proliferação das armas nucleares».
Por isso, acrescentou, na cimeira que decorrerá na sexta-feira e no sábado, em Lisboa, a Aliança Atlântica «deve pronunciar-se a favor de um mundo sem armas nucleares e definir a sua contribuição concreta para o desarmamento e o controlo dos armamentos nos próximos tempos».
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Referindo-se depois à cooperação entre a NATO e a Rússia, o chefe da diplomacia alemã afirmou que a cimeira «é uma oportunidade histórica para deixar definitivamente para trás a mentalidade da guerra-fria».
Westerwelle sublinhou ainda que «embora haja ainda divergências entre a Aliança Atlântica e a Rússia, por exemplo, na questão da Geórgia, foi possível um recomeço, na base dos interesses comuns no Afeganistão, no combate ao terrorismo, à pirataria, ou na defesa contra a ameaça dos mísseis balísticos».
Pouco antes da cimeira, as divergências entre a França e a Alemanha em torno das consequências da instalação de um escudo anti-mísseis na Europa, no entanto, ainda não estavam sanadas, admitiram fontes da delegação alemã, num briefing com jornalistas, em Berlim.
A Alemanha considera a instalação do escudo uma oportunidade para incrementar o desarmamento nuclear, mas a França não parece disposta a abdicar do seu próprio arsenal atómico, e considera que o sistema anti-mísseis e as armas nucleares se complementam.
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