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Kosovo: um futuro incerto

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Militares portugueses relatam situação no território

Sérvios e albaneses têm sentimentos opostos quanto ao futuro do Kosovo mas une-os a saturação face à tensão, à violência e à pobreza, relataram à Lusa militares portugueses envolvidos na segurança do território.

«O contacto que temos tido com a população indicia que as pessoas estão fartas de tensão, da insegurança e de medo, e que querem sobretudo viver em calma, paz e segurança», referiu o tenente-coronel João Magalhães, comandante do contingente português da KFOR.

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A ilustrar essa realidade, o comandante da 2º Batalhão de Infantaria da Brigada de Intervenção recordou uma manifestação, em Dezembro, em Kamnica (sector leste do Kosovo) que «misturava várias etnias reclamando condições elementares, como o restabelecimento da electricidade.»

«O que observei ao longo de seis meses de missão no Kosovo é que há uma elite política activista e elementos do mundo dos negócios ligados àquela, muito empenhados na independência e, depois, uma população rural que luta diariamente pela sobrevivência», disse o tenente-coronel Maia Pereira, que comandou o 2º Batalhão de Infantaria Mecanizado, no Kosovo entre Fevereiro e Setembro de 2007.

Para além das elites de Pristina, a realidade do Kosovo é a de um território dominado pela extrema pobreza da maioria da população, pela elevada taxa de desemprego (40 a 70 por cento, segundo estimativas), pela corrupção das elites, pela carência de condições de vida elementares e pelos os constantes cortes de electricidade na província.

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«Há aldeias onde há cinco por cento de gente com trabalho, basicamente os empregados da tasca e da mercearia local. O resto é agricultura de sobrevivência», disse Maia Pereira.

Contingente mantém-se

O contingente português no Kosovo mantém o dispositivo operacional de rotina, na expectativa de a todo o momento ser colocado em alerta e mobilizado para responder a qualquer situação de crise no Kosovo, disse à Lusa o seu comandante.

Como «reserva táctica» do comandante da KFOR, o batalhão português constitui uma espécie de força de intervenção, mobilizável em permanência para qualquer ponto do território do Kosovo. «Uma situação alarmante poderá levar o comandante da KFOR a acelerar o prazo de prontidão (de 12 a 24 horas em situação de rotina)», disse o tenente-coronel João Magalhães, comandante da força.

Mas «para já, a KFOR não emitiu qualquer ordem especial, e a situação é ainda de expectativa», face à declaração unilateral de independência anunciada para domingo.

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