A iminente declaração unilateral de independência do Kosovo divide os partidos políticos portugueses, com o PCP e o Bloco de Esquerda contra um reconhecimento, o CDS-PP reticente e PS e PSD a remeterem a sua posição para mais tarde, informa a Lusa.
O deputado comunista António Filipe disse considerar «inaceitável» que Portugal reconheça uma eventual declaração unilateral de independência do Kosovo, tanto «em nome de princípios como a salvaguarda dos direitos humanos ou a salvaguarda da integridade territorial dos Estados», como pelo risco de uma tal declaração «reacender conflitos latentes existentes nos Balcãs».
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Kosovo «independente dentro de dias»
O deputado do Bloco de Esquerda, Fernando Rosas, manifestou as maiores dúvidas sobre a independência e é claramente contra o reconhecimento pela UE do Kosovo, que antevê como «um protectorado norte-americano, policiado e pago pela Europa» para os Estados Unidos terem «uma base avançada» naquela região.
O líder do CDS-PP, Paulo Portas, disse ter uma «posição reticente» quanto ao processo unilateral de independência do Kosovo, a começar pelas «consequências que pode ter numa das regiões mais instáveis da Europa» e pelas dúvidas que tem de a União Europeia «legitimar a criação de um Estado islâmico no continente europeu».
O secretário nacional do PS para as Relações Internacionais, José Lello, considerou que a independência do Kosovo «é uma questão de grande complexidade», sendo «essencial que o futuro da região seja estável» e que deve haver «a preocupação da União Europeia em lançar um novo quadro de relacionamento com a Sérvia».
Falando a título pessoal, o presidente da Comissão de Relações Internacionais do PSD, António Martins da Cruz, disse à que a independência do Kosovo é «inevitável» e defendeu que Portugal deve estar «no primeiro pelotão» de países a reconhecê-la.
Martins da Cruz defendeu ainda que «se não houver um consenso» europeu na reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia prevista para segunda-feira, «Portugal deve acompanhar os países que reconheçam imediatamente a independência do Kosovo».
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