O «Socialismo para o Século XXI» do Presidente Hugo Chávez joga este domingo o tudo ou nada no referendo à emenda de 69 dos 350 artigos da Constituição, que muitos temem ser a porta para o totalitarismo na Venezuela, refere a Lusa.
Dos 69 artigos constitucionais a referendar, dos quais 33 propostos directamente por Chávez, o mais polémico contempla a reeleição presidencial ilimitada e a extensão de cada mandato de seis para sete anos.
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De acordo com as últimas sondagens, do instituto privado Hinterlaces, o eleitorado está muito dividido e 46 por cento pende para o «não», contra 45 por cento pelo «sim».
O «não» é defendido pela Igreja Católica, partidos da oposição, jornalistas, empresários e comerciantes, movimentos estudantis e até por sectores do «chavismo» receosos das consequências de um «cheque em branco» ao presidente que, alegadamente, quer ser «vitalício».
Um total de 16 milhões de cidadãos está convocado para ir às urnas - no quinto referendo nacional organizado nos últimos oito anos - em 11.132 assembleias de voto.
Ao contrário do que é corrente nos referendos na maioria dos países, este não requer a aprovação de um mínimo de 50 por cento mais um dos votantes.
A taxa de abstenção poderá rondar os 50 por cento, a ser mantida a tónica verificada nas consultas anteriores.
Para prevenir o pior, a população está confrontada com a presença de 110 mil soldados nas ruas.
Uma centena de observadores internacionais, europeus (dois portugueses) e de países americanos vai acompanhar o plebiscito, juntamente com 500 em representação de organizações nacionais.
Na Venezuela está radicada uma das maiores comunidades portuguesas na diáspora, com cerca de 400 mil indivíduos.
Em Portugal, podem exercer o seu direito de voto 839 venezuelanos - incluindo luso-descendentes - 308 na secção consular de Lisboa e 531 na do Funchal, segundo a embaixada.
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