Os rebeldes do Exército Livre Sírio fizeram um ultimato até ao meio-dia de sexta-feira ao regime de Damasco para o fim das agressões e ameaçaram que se isso não acontecer deixarão de respeitar o plano de paz de Kofi Annan.
«Se o regime sírio não cumprir o prazo do meio-dia sexta-feira, o comando do Exército sírio anuncia que não estará mais vinculado ao plano de Annan (...) e o nosso dever (...) será a proteção dos civis», disse o Exército Livre Sírio (ELS) em comunicado.
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Esta quinta-feira, o Governo português declarou «persona non grata» a embaixadora da Síria acreditada em Portugal, Lamia Chakkour, adiantou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
«A decisão é tomada em função dos acontecimentos dos últimos dias, nomeadamente do massacre de Houla, no fim de semana passado, que Portugal condenou. A mesma decisão é tomada também devido à falta de respeito do plano do Kofi Annan, assim como pelo aumento da violência sobre civis inocentes», disse Miguel Guedes, à agência Lusa.
Lamia Chakkour, que é a embaixadora da Síria em Paris e também está acreditada junto das autoridades portuguesas e junto da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), foi expulsa na terça-feira pelo Governo francês.
Nos últimos dias têm-se multiplicado as condenações internacionais ao massacre, com Austrália, Espanha, Alemanha, Canadá, Grã-Bretanha, França, Itália, Japão e Turquia a serem os primeiros a retirar o apoio diplomático à Síria.
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A ONU fez saber nesta quinta-feira que receia que Síria caia numa guerra civil. «Os massacres do tipo do último fim de semana podem levar a Síria a uma guerra civil, a uma catástrofe, a uma guerra civil da qual o país nunca mais recupearia», o alerta é deixado por Ban Ki-moon, secretário-geral das Nações Unidas, aqui citado pela Reuters. O líder da ONU faz um apelo séio ao presidente Bashar Al Assad para que parar com a violência e cumprir o plano acordado com o mediador da ONU e da Liga árabe, Kofi Annan.
O receio da ONU é partilhado pela administração americana. Hillary Clinton expressou isso mesmo, numa declaração crítica em relação à Rússia. «Os russos dizem que não querem uma guerra civil, mas a política deles vai contribuir para uma guerra civil».
O regime sírio dá sinais de uma aparente mudança de atitude. A televisão estatal síria avançou esta quinta-feira com a notícia da libertação de 500 prisioneiros suspeitos de participarem em protestos anti-governamentais. «500 pessoas envolvidas em manifestações na Síria, com sangue nas mãos, foram libertadas», anunciou.
Notícia atualizada
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