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Programa eleitoral é "um saco cheio de palavras"

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O secretário-geral do PS, António Costa, fala em "fúria privatizadora", desresponsabilização do Estado e continuação da austeridade

António Costa classificou depois como "extraordinário que, quem não cumpriu ainda as promessas da campanha anterior, faça novas promessas". Interrogado sobre o facto de a coligação PSD/CDS se comprometer em não fazer novos cortes nas pensões, António Costa defendeu que "é sempre preciso muita cautela" quando se ouvem os responsáveis sociais-democratas e democratas-cristãos. Neste contexto, Costa referiu ainda que, na anterior campanha eleitoral, em 2011, Pedro Passos Coelho prometera que não cortaria as pensões, "mas depois cortou-as". Em relação "aos primeiros sinais" do programa eleitoral da coligação PSD/CDS, o líder socialista considerou que "são claros os objetivos: Fúria privatizadora, desresponsabilização do Estado e continuação da política de austeridade".

O secretário-geral do PS considerou hoje que o programa eleitoral da coligação PSD/CDS é "um saco cheio de palavras", porque "não tem as contas", revelando "fúria privatizadora", desresponsabilização do Estado e continuação da austeridade.

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António Costa falava à entrada para um jantar no Círculo Eça de Queiroz, em Lisboa, depois de os líderes do PSD, Pedro Passos Coelho, e do CDS-PP, Paulo Portas, terem apresentado o programa eleitoral da coligação Portugal à Frente.  

"Um programa eleitoral que não tem as contas feitas é um saco cheio de palavras. O primeiro-ministro acha que pode voltar a fazer uma campanha eleitoral a tentar enganar todos como fez há quatro anos e que as pessoas se deixam enganar. Mas quem está enganado é mesmo o primeiro-ministro, porque as pessoas não lhe perdoam. Nem lhe perdoam a forma como quis ir além da troika, nem lhe perdoam os fracassos na economia e nas finanças públicas", declarou o secretário-geral do PS.

"É também extraordinário que quem governou estes últimos quatro anos se apresente agora como se fosse oposição a quem governou ao longo destes quatro anos. E que depois de ter privatizado tudo o que havia para privatizar em matérias de empresas, aquilo que agora verdadeiramente nos vem dizer que quer fazer na próxima legislatura é prosseguir agora a fúria privatizadora, atacando os serviços públicos, a começar pela Segurança Social. Isso, de facto, não merece perdão", declarou o líder socialista.

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"É preciso sempre muita cautela para sabermos se o que dizem é revogável ou irrevogável. É que este Governo comprometeu-se em Bruxelas [junto da Comissão Europeia], por escrito, em fazer um novo corte de 600 milhões de euros nas pensões. O que prometeu em Bruxelas é que os atuais pensionistas iam sofrer um novo corte de 600 milhões de euros", insistiu.

"Agora já se propuseram a cortar 600 milhões de euros nas pensões. Imagine-se o que fariam se ganhassem [PSD/CDS] as eleições. É por isso que temos de ter muita cautela quando ouvimos esta coligação falar", advertiu ainda.

Em contraponto, o secretário-geral do PS salientou que o seu partido, antes de apresentar o programa eleitoral, elaborou um cenário macroeconómico para aferir a margem orçamental existente para a adoção de medidas nos próximos quatro anos.  

"Demonstrámos que é possível romper com a austeridade sem romper com o euro. Conhecemos e medimos quais são os impactos de cada medida que consta no nosso programa. Portanto, o que consta no nosso programa não são promessas, mas um conjunto de medidas estudadas", sustentou.

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