É «inevitável». O PCP acredita que, «mais tarde ou mais cedo», o povo português «derrote a política de direita e imponha um novo rumo com uma política patriótica e de esquerda». Mesmo que a moção de censura ao Governo tenha falhado, como também pareceu inevitável à partida, os comunistas conseguiram o seu principal objectivo: apelar à luta.
«A censura não acaba aqui. Podem o PS, o PSD e o CDS-PP chumbar esta moção de censura, mas não travarão a luta contra a política de direita», disse Bernardino Soares durante o debate.
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Para os comunistas, a moção de censura trouxe uma resposta às políticas de direita, resposta essa que «continua lá fora», «particularmente» na manifestação convocada pela CGTP no dia 29 de Maio.
«Para mostrar ao Governo, ao PSD e aos grandes grupos económicos que há vontade de enfrentar essa ofensiva e para a derrotar no campo político e no campo social», apelou.
Considerando a moção «justa», «oportuna» e até «indispensável», o líder parlamentar do PCP acrescentou que «traz ao Parlamento a indignação, o protesto e a luta que se sente junto dos trabalhadores e da população face às medidas que têm vindo a ser anunciadas».
Entre elas, como não podia deixar de ser, o aumento de impostos, que foi motivo de uma comparação caricata: «Há uma adivinha que se conta às crianças em que se pergunta: qual é coisa, qual é ela, que antes de o ser já o era? Já se sabe, é a pescada. Ora este aumento do IRS é a mesma coisa: antes de ser aprovado já está a ser aplicado.»
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